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O Brasil leva para casa seu primeiro Glass Lion, desde o início da competição, em 2015. O Leão de Bronze é da campanha “Meninas  Fortes” da Ogilvy Brasil para Nescau (Nestlé). Andrea Álvares, vice-presidente de marketing, inovação e sustentabilidade da Natura, a jurada brasileira em Glass, afirma que o trabalho se destacou pela proposta consistente com a marca e a criativa correlação da formação das mulheres através do esporte, abordagem comum no mundo masculino. Outro trabalho brasileiro no shortlist, o aplicativo Woman Interrupted,  da BETC, acabou não levando Leão porque não apresentou resultados tão consistentes, segundo os jurados. 

O Grand Prix foi “Fearless Girl”, que abriu a semana do festival arrebatando nada menos que três Grand Prix – além de Glass, um em PR e outro em Outdoor. 

Wendy Clark, presidente e CEO da DDB Worldwide nos EUA e presidente do júri de Glass, comentou na coletiva de imprensa que Fearless Girl é o tipo de trabalho que será lembrado daqui a 10 anos como o GP de Glass, simples e repleto de simbolismo.

“É um trabalho que capturou a jornada das mulheres, as ambições de qualquer menina, em qualquer lugar do mundo. Transcende a cultura,  e ainda aumentou em 134% o investimento no fundo da State Street Global Advisors dedicado exclusivamente a investir em empresas com maior  mulheres na liderança. “, comentou. 

Segundo ela, outro trabalho cotado para GP foi “Gender Violence”, da mexicana Nomades para Tecate Beer. 

Esse ano a categoria Glass teve aumento de cerca de 30% no volume de inscrições, que foram de novos produtos a movimentos, e abordaram de violência doméstica a tráfico de mulheres.

“Gostaria que não fosse necessário haver essa categoria Glass, mas acredito que ainda a teremos por muitos anos. Nosso critério para escolher os melhores trabalhos foi,  basicamente, o da novidade, e buscamos ideias realmente corajosas, transformadoras e impactantes, que abordassem temas desafiadores e fossem inesquecíveis”, comentou Wendy. 

Curiosamente, o júri foi formado por oito mulheres e um homem. 

“Gostaria que no ano que vem houvesse mais homens no júri, pois a diversidade de ideias é importante”, brincou Wendy.

Entre os jurados esteve a atriz e empreendedora muçulmana Amani Al-Khatahtbeh, que durante a coletiva revelou ter sido abordada no aeroporto de Nice e obrigada a retirar o lenço que cobria sua cabeça. Amani, que mora nos EUA, é criadora do site Muslimgirl.com.