Em meio a especulações sobre uma possível fusão com a TIM, a Oi anunciou hoje novos planos pré-pagos com o objetivo de simplificar e liquidar aos poucos com a cultura dos consumidores brasileiros de carregar vários chips de operadoras diferentes para se valer de vantagens como falar de graça para contatos da mesma operadora. No final de novembro, serão anunciados os novos planos para os planos Controle e pós-pagos, também com novas vantagens. Eles virão sob o novo guarda-chuva de “Oi Mais”.
Nos novos planos criados para clientes pré-pagos – todos sob a nova denominação de Oi Livre – ligações para qualquer operadora, inclusive a Oi, custa o R$ ,30 por minuto, embora planos com gratuidade para a mesma operadora ainda possam ser mantidos. A operadora acredita, no entanto, que o desconto de cerca de 80% nas ligações para outras operadoras – entre outras vantagens, como pacotes de dados mais robustos – gradativamente acabem com as comunidades ou feudos de cada uma, e permita que a Oi volte a ganhar market-share.
A TIM lançou ofertas semelhantes na última sexta-feira (30), e estima-se que outras operadoras comecem a ir pelo mesmo caminho, reduzindo tarifas e procurando dar mais vantagens para os seus clientes pré-pagos.
Entre sexta-feira (30) e segunda-feira passada (2) a Oi veiculou fortemente um teaser no qual anunciava “um novo jeito de se comunicar”, ironizando as muitas desvantagens dos clientes pré-pagos como limitações de pacotes de dados e as altíssimas tarifas para falar com contatos de outras operadoras. Assista:
Na manhã desta terça-feira entraram no ar três comerciais, cada um enfocando um problema específico de clientes de planos pré-pago. A intenção da Oi é simplificar e extinguir regras ou imposições para navegação, voltando ao velho discurso de liberdade que marcou a publicidade da operadora durante muito tempo. Foram cerca de três meses entre pesquisas e acertos para desenvolver a campanha de lançamento, que apresenta o ator Mateus Solano ironizando as limitações dos planos pré-pagos. A campanha representa um investimento em publicidade três vezes maior do que o feito pela Oi no final do ano passado.
André Lima, vice-presidente de criação e planejamento da NBS, diz que nos últimos tempos a publicidade acabou refletindo o marasmo em que se encontrava o próprio mercado, com ofertas muito semelhantes e pouco espaço para inovar. Segundo ele, os filmes refletem as demandas e expectativas dos consumidores, ouvidos pela Oi em pesquisas recentes. Tudo foi amplamente pré-testado.
“Está no DNA da Oi desafiar as regras do mercado. É bom pode reafirmar o tom de voz mais provocativo, divertido, corajoso e incisivo que a marca sempre teve. E principalmente anunciar planos simples e fáceis de entender. Não há armadilhas. No mundo contemporâneo não dá mais para enganar as pessoas, e a campanha está em sintonia com as necessidades e valores dessa nova era”, diz Lima.
Além do teaser de 45”, foram criados três filmes com versões de 15”e 30”, integrados com estratégia digital, mídias impressa e exterior, além de ativação no ponto de venda. Eles mostram cenas de pessoas frustradas com as limitações que as operadoras impõem aos usuários dos seus planos. Em todas as situações, alguém propõe uma solução absurda para resolver o problema. Na mesma hora, todas as pessoas da cena começam a cantar, em coro, a música “É tão lindo” (“É tão lindo, não precisa mudar / É tão lindo, deixa assim como está”), sucesso da publicidade da operadora nos anos 90, satirizando as regras de telefonia do mercado. Solano – que já figurou no passado em campanhas da Oi, quando era bem menos conhecido – entra em cena para dizer que a Oi não acha isso nada lindo e, por isso, está oferecendo uma nova maneira de se comunicar.
Assista:
Sobre negociações com a TIM, os executivos do marketing preferem não comentar.
“Este assunto está sendo conduzido pelo nosso presidente e os acionistas, e por enquanto estamos trabalhando com um cenário em que somos concorrentes”, limitou-se a dizer Bernardo Winik, diretor de varejo da Oi.