O Omelete lançou uma pesquisa que tem como premissa mapear o público nerd e geek ao redor do Brasil. Em sua segunda edição, o estudo foi muito mais abrangente em 2014, com quase 12 mil entrevistados, e confirmou e negou alguns rótulos atribuídos a estes grupos sociais.
Se há duas décadas o termo “nerd” poderia ser cunhado de forma pejorativa, hoje ele se aliou ao “geek” para definir estilos de vida particulares e muitas vezes trendsetters, especialmente no que tange o consumo de mídia.
“Hoje eles possuem um perfil mais feliz. A tendência de consumo de entretenimento é guiada por geeks, o que eles veem hoje é o que vai fazer sucesso em breve. Por definição, um nerd é ‘alguém que se aprofunda que algo que é apaixonado’. Ele foi transcendendo sua paixão por tecnologia para a cultura, e quando esse entretenimento se estabeleceu, nasceu a cultura digital”, conta Pierre Mantovani, CEO do Omelete.
Entre essas tendências de consumo de entretenimento, pode-se dizer que muitos dos que se dizem nerds e geeks de fato foram early adopters no conteúdo (Game of Thrones e Breaking Bad como séries favoritas, Batman e Homem Aranha como heróis favoritos) e especialmente na forma de consumo: são eles que lideram os serviços de streaming e vídeo on demand. 50,3% dos entrevistados afirmou possuir Netflix, enquanto apenas 32,9% não usa nenhuma plataforma ainda.
Se a cultura digital está enraizada neste público, o mesmo pode se dizer do uso da tecnologia e devices para outros fins: 94% dos nerds e geeks dizem fazer compras na web (a média brasileira é de 20%), 85,8% possuem smartphones e 26% passam todo o tempo online, o maior índice que aponta 12% para mais de 10 horas diárias conectado.
Apesar de caminharem juntos, existe uma diferença no que define geeks e nerds para 81,3% dos entrevistados. 39,1% se classificou como nerd, 20,7% se disse geek e 28,1% se definiu como parte de ambas as categorias. “O nerd é mais técnico e tecnologista, gosta mais de computadores, enquanto o geek é mais focado na cultura e em smartphones, por exemplo”, afirma Mantovani. “Fizemos essa pesquisa para mostrar que o público nerd e geek não é tão nicho assim, e nos baseamos nela para as nossas próximas informações. Foi com base em informações da primeira edição que compramos uma porcentagem da Mundo Geek e fizemos também a Comicon”, encerra.