Com o crescimento da publicidade digital – de acordo com o IAB, o avanço foi de 26% no ano passado em relação a 2015, alcançando investimento de R$ 11,8 bilhões no Brasil –, também aumentam as dúvidas das marcas em relação ao mar de complexidade de ferramentas, mídias e dados à disposição. Desde um simples e-mail marketing, links patrocinados, SEO, vídeos online às mídias sociais, afinal, o que traz mais resultado?

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“O que a gente percebe é que os anunciantes se sentem meio perdidos, com perguntas do tipo: como faço? Para onde vou? Para onde olho? E como opero esse negócio todo? Estamos falando de grandes marcas que têm dificuldade de entender os números, olhar para as coisas corretas. O nosso foco é ajudar os nossos clientes a definir o que é sucesso e como ajudá-los a alcançar”, destaca André Palis, fundador e diretor-comercial da Raccoon, agência de marketing digital com foco em performance.

Segundo o executivo, o que mais a agência faz para os anunciantes da casa são campanhas no Google e Facebook. A constatação não surpreende, uma vez que Google e Facebook concentram, juntos, 87% da verba digital no país, de acordo com levantamento da Singular Arquitetura de Mídia. Palis afirma que no Google eles usam “predominantemente links patrocinados, porque é a mídia mais de final de funil que traz melhores resultados”.

Já no Facebook é mais fácil criar campanhas segmentadas, ressalta o sócio da Raccoon. “O Facebook usa mesmo a informação que tem. A gente consegue segmentar e criar campanhas no Facebook que não consegue no Google. Com isso, eles têm conseguido se aproximar do resultado de links patrocinados, porque conseguem traçar um perfil tão preciso das pessoas que as campanhas funcionam muito bem. O Facebook está querendo lançar uma plataforma de mídia programática para rodar na internet inteira. Acho que vai vir uma ferramenta forte, porque a segmentação deles é absurda. É engraçado que o Google tem tanta ou mais informação do que o Facebook, mas eles não usam. Não compartilham com nenhum anunciante”, conta Palis.

Por falar em mídia programática, o executivo afirma que se trata de uma mídia muito cara ainda. “Fazemos um pouco de mídia programática, tem muito buzz em cima, mas, quando você coloca a mão na massa e vai tentar rodar de fato, não traz os resultados que a gente gostaria que trouxesse”, avalia.

“Quando se compara link patrocinado com mídia programática existe um abismo de performance, porque com os links patrocinados você está impactando usuários que já levantaram a mão e disseram eu tenho interesse no seu produto. Quando vai para display, não tem isso, não sabe a intenção de compra. Sabe, por exemplo, que é um homem, de 25 anos, gosta de carros, traça um perfil que junto faz sentido. Mas se o usuário não está no momento de trocar de carro, ele não vai converter”, completa ele.

Outro exemplo dado por Palis de alta demanda das empresas é a gestão de tags. Um trabalho técnico que muitas vezes passa despercebido, mas que gera problemas para muitos anunciantes que têm e-commerce.

“As pessoas não prestam muito atenção nisso, mas 100% dos clientes que entram na agência têm problema nessa área. A gente faz a parte do controle das tags, garantindo que só a informação que a marca quer passar está sendo passada e ninguém está coletando dados”, explica Palis.

Palis fundou a Raccoon há pouco mais de três anos com Túlio Kehdi, sócio e diretor de operações da agência. Ambos são ex-funcionários do Google. Segundo o executivo, a agência vem dobrando de tamanho e de faturamento nos últimos anos. Para 2017, a expectativa é fechar o ano com 200 funcionários – hoje são 125. “O nosso trabalho é muito quantificado, acho que por isso que a agência vai tão bem. Neste ano, conquistamos as contas digitais da Leroy Merlin, Sony Pictures e Petlove. As expectativas são muito boas”, finaliza Palis.