Ainda não existe no Brasil uma métrica que dê ao anunciante uma visão do real alcance da mídia out of home. A ideia, no entanto, é que no próximo ano isso já se torne uma realidade e venha para comprovar a percepção do mercado de que o OOH vem crescendo. Com o bom momento, dando sequência aos projetos que aumentam a representatividade do meio, a ABMOOH (Associação Brasileira de Mídia Out Of Home) anuncia mudanças. A primeira delas está justamente no nome e na logomarca da entidade, que passa a ser apenas ABOOH (Associação Brasileira de Out of Home).
“O crescimento dos associados, já que todo mundo vem crescendo e investindo em tecnologia, resultou em um momento muito especial para nós. Com essas mudanças, a associação quer buscar a representatividade ideal no mercado”, comenta Eduardo Alvarenga, presidente da ABOOH e CEO da Elemidia. “A gente vê esse negócio crescendo em velocidade grande e precisa ter velocidade na divulgação disso para o anunciante”, enfatiza.
Nesse sentido, a ABOOH colocou nas ruas a campanha A vida de Robson, uma integração entre as várias possibilidades de OOH que reproduziu situações cotidianas da vida de uma pessoa, desde pagar academia e não ir até esquecer de carregar o cartão de bilhete único. Com a identidade da associação por trás da campanha mantida em sigilo até agora, a comunicação começou a instigar o público e a gerar compartilhamentos nas redes sociais.
A partir desta semana, em um segundo momento da campanha, Robson vai aparecer agradecendo ao público pela receptividade. “Queria agradecer pela exposição. Antes, eu só tinha 2 amigos, agora tenho milhões”, diz a peça criada pela agência RPTO.
“A associação resolveu patrocinar uma campanha criativa que cativasse, que gerasse curiosidade, que aproveitasse todas as características do meio, mas que respeitasse cada um dos inventários. Fizemos isso com o Robson, com a ideia de retratar a vida de uma pessoa comum, que faz tudo. A proposta era que essa pessoa apresentasse, através desses teasers, as características do meio”, justifica Alvarenga.
O executivo adianta que deve haver ainda um acompanhamento do Datafolha para medir a repercussão da campanha. “Isso fecha um ciclo importante: estamos querendo mostrar que a melhor prática em OOH é a união. É muito importante você utilizar diferentes meios de uma mesma campanha. Vamos mostrar a complementaridade, algo que a gente estimula o mercado a pensar e considerar a intersecção entre os meios”, disse.
Métrica
Em relação às métricas, Alvarenga afirma que a Associação vem trabalhando próxima à ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) em um projeto que deve ser viabilizado no próximo ano.
“Para desenvolver essa métrica estamos aproveitando tudo de melhor que tem em OOH fora do Brasil e também projeto interessantes que são referências daqui para fora. Estamos compilando tudo e trazendo um consenso prático, um movimento que não é do zero. Obviamente ainda não consigo apresentar por completo o projeto, porque ainda está sendo desenvolvido, mas é algo com base muito sólida”, afirma.
O executivo acredita que o projeto ajudará a desenvolver o setor no Brasil. “A gente tem um desafio claro comparado a outros mercados de OOH no mundo, nosso market share está muito abaixo”, diz.
Segundo Alvarenga, atualmente, a média mundial de market share da mídia out of home é de 7,4%, sendo que em algumas grandes capitais pode passar de 10%. No Brasil, os dados disponíveis são do Ibope Monitor, e apontam 2,3% de share. “Mas o Ibope Monitor considera apenas algumas empresas, ou seja, não cobre o mercado todo. O que ainda falta para o Brasil atingir a média mundial de market share é informação para o tomador de decisão com dados”, observa.
Na Central de Outdoor, outra entidade que representa o meio, as métricas também estão em fase de planejamento. “Estamos discutindo com um grupo de trabalho para, sim, achar o melhor modelo de métrica que seja eficaz e em conjunto com outras entidades”, disse Valério Junkes, presidente da Central, citando como exemplo de possível parceria o Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão).
O executivo demonstrou, ainda, otimismo para o meio. “Estamos otimistas com a nova economia que está para vir. Com a volta do crescimento, gerando mais emprego e consumo, vamos voltar a ter o ciclo do crescimento do setor”, reforçou.