Começa a competição pela esperada rede 4G no Brasil, com a gradativa ampliação da oferta do serviço pelas operadoras de telefonia. Na semana passada, a Oi anunciou o início de sua operação 4G, inicialmente com oferta comercial apenas no Rio de Janeiro, com cobertura de 50% nas áreas urbanas. As primeiras ofertas da Oi têm como foco o Dia das Mães. Sua operação 4G está sendo implantada no Brasil em parceria com a TIM – que está responsável por São Paulo, por exemplo, onde ainda não há previsão de lançamento. Foi o primeiro acordo de compartilhamento – o chamado handsharing – de redes feito na América Latina.
A operadora promete infraestrutura 4G instalada até o final desta semana nas cinco outras cidades-sede da Copa das Confederações (Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza), sendo que a pré-venda e as ofertas comerciais começarão somente na primeira quinzena de maio. A disponibilização da nova tecnologia está em linha com o cronograma de obrigações estipulado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que prevê o atendimento de, no mínimo, 50% de cobertura 4G nessas seis cidades até 30 de abril de 2013.
A Oi está com campanha criada pela NBS divulgando suas ofertas regionais em mídias como revistas, jornais, out-of-home e internet. A intenção é atrair principalmente os chamados “early adopters” do serviço, em geral executivos ou jovens.
“Optamos por nos posicionar como a operadora que aposta na convergência, e não no 4G. O 4G será um dos nossos serviços, mas toda a comunicação abordará a convergência, que passa a ser nosso grande diferencial”, explica o diretor de comunicação e marca da Oi, Eric Albanese. A estratégia está alinhada com o novo conceito da empresa para 2013, que é “A Oi completa você”.
Segundo ele, inicialmente a novidade será bastante restrita – principalmente devido à barreira econômica de entrada –, com celulares ainda a preços mais altos, por exemplo, e menos pelas limitações do próprio oferecimento do serviço.
Não há no Brasil, por exemplo, tablets habilitados para o 4G – o que deve ocorrer apenas a partir de junho. A Apple ainda não possui aparelhos 4G por aqui – todos os seus 4G estão na frequência de 700 MHZ, que é a mesma dos Estados Unidos. Portanto, os donos de iPhone e iPad terão de se contentar com o 3G – cuja rede deve ser aprimorada e “desafogada” com a implantação do 4G, segundo promete a Oi.
As diferentes frequências de cada região do planeta são, por sinal, um problema. Nenhum celular é capaz de funcionar em todas as frequências do mundo, pois, para isso, teria que ser um “tijolo” do tamanho dos celulares dos anos 1990. Acordos de roaming serão feitos individualmente pelas operadoras no futuro. Na Copa das Confederações, que se aproxima, infelizmente muitos estrangeiros que vierem ao Brasil e tiverem celulares 4G não conseguirão usar o sistema, pois não haverá acordos de roaming definidos.
James Meaney, COO da Oi, disse que hoje há 68 milhões de usuários 4G no mundo, e 152 operadoras que oferecem o sistema, principalmente nos Estados Unidos e na Ásia. O tráfego de dados cresceu, nos últimos cinco anos, cerca de 74% por ano via celular, e a grande explosão ocorreu na transmissão de vídeos.
Entre as vantagens mais óbvias estão a velocidade 10 vezes maior de resposta do sinal – semelhante à da fibra óptica. Quase tempo real. O download de uma foto de 1 mega, por exemplo, passa de 32 segundos no 3G para dois segundos no 4G. Uma música com 3 megas é baixada em cinco segundos – no lugar de um minuto e meio do 3G. E um vídeo com 1 giga e meio poderá ser baixado em 40 minutos, quando no 3G leva cerca de 13 horas para carregar. Há uma série de outros atributos oferecidos pela Oi, como videochamadas em HD, armazenar dados em nuvem, assistir vídeos em alta definição por streaming e jogar games online.
De acordo com as previsões da operadora, a intenção é oferecer até dezembro deste ano infraestrutura 4G com cobertura urbana de 50% nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, e, em maio de 2014, em um total de 46 municípios brasileiros.
Maeney disse que uma equipe de mil profissionais foi mobilizada na central 4G da Oi. O investimento total da empresa até o final de 2015 é da ordem de R$ 800 milhões.
Claro
A Claro também iniciou na semana passada a comercialização da tecnologia 4GMax em São Paulo. Após o lançamento da tecnologia em 11 cidades brasileiras, a operadora é a primeira a oferecer o serviço em São Paulo, antecipando o cronograma da Anatel. O serviço já se encontra em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campos do Jordão (SP), Parati e Búzios (RJ).
“Trabalhamos intensamente para antecipar o cronograma da Anatel e entregar em primeira mão para a cidade de São Paulo”, disse Carlos Zenteno, presidente da Claro.
São Paulo é hoje a segunda maior receita em serviços da empresa no país, e conta com uma base de mais de seis milhões de clientes em todo o Estado. Especificamente, o DDD 11 detém 40% da base de clientes de São Paulo (DDD 11 a 19). 4GMax foi o nome escolhido pela Claro para denominar a nova tecnologia que tem 40Mhz, o dobro de frequência de outras disponíveis.
Na semana passada, a operadora também estreou em todo o Brasil sua campanha de lançamento oficial da tecnologia 4GMax. O slogan “Claro 4GMax na velocidade da sua emoção” está em quatro filmes criados pela Ogilvy & Mather veiculados em TV paga e aberta. Eles trazem cenas de vídeos reais do YouTube e mostram de que forma a emoção pode ser imediata.
“A campanha faz uma relação com a instantaneidade das emoções e a velocidade desta tecnologia por meio de situações reais. A nossa proposta é mostrar que não são as pessoas que seguem a velocidade. É a velocidade que acompanha as pessoas”, destaca Gustavo Diament, diretor de marketing da Claro. A campanha terá ainda presença digital e também estará nos jornais e no rádio.
A Vivo anunciará o serviço de 4G em São Paulo e nas demais sedes da Copa das Confederações nesta terça-feira (30). A TIM informou que está em período de silêncio, mas que cumprirá todas as exigências da Anatel.