É incrível como a tecnologia gera facilidades e transforma as nossas vidas. Em nosso dia a dia, vamos nos apropriando de novos serviços e funcionalidades que descobrimos, sem perceber ou nos dar conta do impacto e da transformação que nos proporcionam.
A cada 10 minutos, cerca de 72 milhões de smartphones são utilizados pelos brasileiros. Sim, consultamos os nossos celulares a cada 10 minutos em média. Nosso celular acabou se tornando uma extensão do nosso corpo, que às vezes vestimos e muitas vezes colocamos para dormir ao nosso lado. Se o perdemos ou ficarmos sem por alguns segundos, algo parece estar faltando.
Esse “quase melhor amigo” é despertador; guia no trânsito; caminho mais rápido ao banco, seja para saber seu saldo ou pagar uma conta; respondedor de todas as dúvidas; pesquisador de preços; e agendador de test drive em concessionária. Utilizamos para fazer o check-in de um vôo, dormir um pouco mais e pedir um táxi. Com ele assistimos a vídeos, compartilhamos comentários e, finalmente, também utilizamos para telefonar.
O reflexo é que atualmente são vendidos 100 smartphones por minuto no Brasil e a estimativa é chegar ao final do ano com 118 milhões.
Esta semana, vivenciamos o impacto deste crescimento no Brasil e nos Estados Unidos. A semana da Black Friday bateu todos os recordes. Segundo a IBM, de todo o tráfego online gerado para o e-commerce na data nos EUA, 46,7% vieram de um aparelho móvel. O Walmart informou que 70% do seu enorme tráfego online foi proveniente de dispositivos móveis. No Brasil, 29% das buscas relacionadas a essa data foram efetuadas através do celular.
Atualmente, entre os usuários de smartphones no Brasil, 66% pesquisam durante o processo de compra e 30% usam seus smartphones para comprar produtos e serviços. Na estimativa do Google, em algum momento de 2015 as buscas em mobile no mundo devem exceder as buscas de desktop.
Mesmo com todos estes fatos, são poucas as empresas explorando mobile e apps. Temos no Brasil alguns segmentos mais desenvolvidos, caso do setor financeiro, mas muitas empresas com operações em e-commerce ainda não possuem sites com versão mobile ou apps.
Deveríamos investir mais energia para explorar todo o potencial que o mobile já pode gerar e oferecer a melhor experiência para o consumidor. O potencial de monetização para propostas que gerem valor para o consumidor é grande. Modelos de atribuição precisam ser discutidos e desenvolvidos.
Não existe mais tempo para ficar parado e não perceber o que esta acontecendo. Defina uma proposta de valor clara, desenvolva um planejamento, leve essa discussão para a sua primeira linha de executivos. Trate o mobile com a mesma seriedade e oportunidade que você trata todo o resto do seu business plan para os próximos três ou cinco anos e coloque o mobile como sua prioridade.
Se você já fez o seu business plan e não contemplou mobile, recomendo a você parar e tentar recapitular na sua memória tudo o que você faz hoje através de um celular e tudo o que você não podia fazer antes. Se ainda assim não for suficiente, gostaria de lhe fazer um convite.
Tente ficar sem o seu celular por uma semana e manter a sua rotina. Dizem que terapia de tratamento de choque costuma resolver.
*Diretora de negócios do Google Brasil