Não sei vocês, mas eu ainda não superei o show do Super Bowl... cada vídeo e matéria que leio me mostram que foi uma aula de comunicação, conteúdo e marketing de influência, que todos que trabalhamos na área precisamos nos inspirar e aprender.
Como sabemos e falamos (mas nem sempre fazemos), no mundo do marketing de influência, nada é mais valioso do que a autoridade. Em uma era em que a autenticidade é constantemente testada e a originalidade se torna cada vez mais rara, aqueles que realmente dominam suas narrativas conseguem transcender bolhas e impactar multidões. O exemplo mais recente e poderoso dessa dinâmica veio da performance de Kendrick Lamar no Super Bowl.
O que Lamar entregou não foi apenas um show. Foi um statement poderoso, um chamado à revolução, um reflexo de tudo o que o tornou um dos maiores nomes do hip-hop. E, acima de tudo, foi a comprovação de que a influência verdadeira vem da credibilidade, da consistência e da identidade única. Sua performance não foi apenas um espetáculo visual e sonoro, mas sim um marco cultural.
Kendrick Lamar já havia consolidado sua posição como uma das vozes mais importantes do hip-hop. Vencedor de múltiplos Grammys e do Prêmio Pulitzer, ele sempre utilizou sua arte para expressar questões sociais, raciais e políticas. No Super Bowl, ele levou essa essência para um dos maiores palcos do entretenimento global e fez o mundo ouvir, inclusive fez o atual presidente dos EUA , Donald Trump, que estava na plateia, engolir cada uma de suas palavras refrão a refrão.
A importância dessa apresentação não se resumiu à rivalidade de Lamar com Drake – um elemento que inevitavelmente gerou um grande número de comentários. O que realmente se destacou foi a forma como Kendrick reforçou os valores do hip-hop autêntico, trazendo consigo toda a bagagem cultural que fez desse movimento uma força global. Em tempos em que o algoritmo prioriza tendências passageiras e influenciadores que copiam fórmulas já testadas, o rapper reafirmou que o verdadeiro impacto vem de quem tem algo original a dizer, na mensagem e na forma.
A maioria dos influenciadores busca crescer por meio da viralização, seja com discursos reciclados, estéticas padronizadas ou estratégias previsíveis. Muitos conseguem atenção temporária, mas poucos constroem uma influência duradoura. Isso acontece porque autoridade não se compra, se constrói. Como ele mesmo disse antes de entoar o hit mais aguardado da noite “Not like us”: a influência não pode ser inventada.
Kendrick Lamar não precisou de polêmicas vazias ou fórmulas fáceis. O que o fez romper a bolha e alcançar um público ainda maior foi justamente o que sempre o diferenciou: seu DNA artístico e sua coerência. Essa é a lição essencial para qualquer marca ou criador de conteúdo que deseja gerar impacto real: a consistência na mensagem e na identidade é o que cria um legado.
Ao trazer uma performance que superou em alcance e impacto as apresentações icônicas de Michael Jackson, Beyoncé, Snoop Dogg e outros gigantes da música, Kendrick Lamar redefiniu o que significa ser um influenciador cultural. Ele não apenas conquistou números impressionantes, mas fez com que sua mensagem ecoasse globalmente.
O que aconteceu no Super Bowl foi muito mais e além do que entretenimento, foi uma aula de branding e influência, um exemplo de como a originalidade e a autoridade são os verdadeiros motores do impacto duradouro. E essa é uma lição que todo influenciador – e toda marca – deveria levar para sempre.
Paloma Vega é líder da prática de marketing de influência na AND, ALL