Em termos históricos, o tempo que levamos entre imaginar a Inteligência Artificial em filmes e livros de ficção científica e aplicá-la na vida real foi ínfimo. Apenas algumas décadas nos separam de clássicos como “Matrix” ou “2001: Uma Odisseia no Espaço”, que já exploravam ideias incríveis sobre o poder da IA no século passado.

A realidade é bem menos assustadora que as ficções apocalípticas, mas não menos interessante. Estamos começando a entender como a IA pode mudar a sociedade, em especial no que diz respeito ao mercado de trabalho e produtividade.

Muitos setores já contam com iniciativas envolvendo Inteligência Artificial para automatizar processos, analisar dados e aumentar a precisão na realização de todo tipo de tarefa. É só observar quantas startups focadas em IA estão surgindo nos mais diversos segmentos. Segundo o relatório da plataforma Distrito de 2021, a presença delas têm destaque nas áreas de saúde e tecnologia (12,5%), RH (10%) e agricultura (9,6%), entre outros.

As inovações podem seguir caminhos bem criativos. Para dar alguns exemplos: a Whisper é uma empresa estadunidense que produz aparelhos auditivos com atualizações constantes, permitindo que o usuário mantenha o mesmo produto por anos enquanto a IA aprende e aprimora sua experiência. Quer algo em uma área totalmente diferente? Procure pelo Inworld, uma plataforma de criação de personagens virtuais alimentados por IA e que podem ser inseridos em qualquer tipo de realidade virtual, seja jogos ou no metaverso.

Mas não precisamos ir tão longe; alguns usos da inteligência artificial já são comuns em todos os tipos de negócios — tanto que estamos acostumados até como consumidores. Os chatbots, por exemplo, são IAs de atendimento que podem ser aplicadas por qualquer empresa e programadas para responder qualquer série de perguntas. Com o princípio de machine learning da IA, os chatbots podem evoluir de forma a parecer que os usuários estão tendo conversas naturais com pessoas, ao invés de robôs.

Outros usos frequentes são no marketing digital. Os próprios chatbots fazem parte, uma vez que podem coletar dados e melhorar a experiência do cliente, um objetivo inteiramente alinhado ao marketing. Também há softwares que refinam a qualificação de leads, auxiliam na criação de anúncios para mídia paga, ou mesmo atuam diretamente com o cliente final em sistemas de recomendação (o YouTube é um dos pioneiros nesse sentido).

O ponto é que a Inteligência Artificial já está entre nós, talvez mais do que você imagine. E, se o seu negócio ainda não foi afetado por ela, pode estar na hora de começar a pensar em algumas mudanças.

Se não pelas inovações em si, a IA é vantajosa para qualquer negócio por trazer benefícios bem definidos. Os sistemas de automação agilizam processos, acelerando a produção e liberando colaboradores para se concentrarem em áreas mais estratégicas. Ou seja, a produtividade sobe.

Com ela, cresce também o faturamento. Uma pesquisa da Accenture indicou que a utilização de IA pode aumentar o faturamento do varejo em 41%, em até 5 anos. Isso é um resultado que vem, além da produtividade, da melhoria na tomada de decisões, pois a IA trabalha com dados e permite análises e previsões de negócio muito mais acertadas.

Para começar a usar inteligência artificial na sua empresa, você vai precisar de ajuda de especialistas. Mas essa é uma mudança positiva e permanente, que você provavelmente teria que fazer algum dia, de qualquer maneira. Lembre-se: a tecnologia não vai parar de evoluir. Aproveite para usá-la ao seu favor.

André Palis é CEO Raccoon.Monks