Em 2010, o IBGE fez uma projeção que ninguém prestou muita atenção. Ela apontava uma tendência de avanço dos evangélicos no Brasil e dizia que em 2030 eles seriam a maioria religiosa no país. O IBGE acertou no crescimento. Mas errou no timming. Os evangélicos andaram mais rápido e em 2026 vão superar os católicos em número.

Farão no Brasil a transição religiosa que a Europa demorou 500 anos pra realizar, a partir de Lutero. Em 2026, eles estarão respondendo por 31% do consumo total de bens e serviços no Brasil. Isso significa que você tem um ano. Um ano corrido para esquecer tudo o que acha que sabe sobre os evangélicos e conhecer de fato quem eles são, o que  pensam, como consomem, o que amam e o que definitivamente rejeitam.

Evangélicos não são um grupo único de fé. Há variantes de crenças e correntes de pensamento, que vão dos históricos aos pentecostais, dos neopentecostais a uma nova categoria de igrejas, mais livres e ainda  sem classificação, que também não para de crescer.

Alguns spoilers. Os evangélicos levam a fé muito a sério. O consumo é guiado pela religião e por formadores de opinião e influencers evangélicos. Mas não confie tanto no “isso eu já sabia”, porque qualquer inferência traz uma série de nuances que você nem imagina. E isso tem consequências. Os evangélicos são 25% mais propensos que os outros consumidores (religiosos ou não) a boicotar uma marca que fira seus valores.

A rejeição pode ir desde a forma como você comunica os seus produtos ou serviços até a apresentação de uma simples vitrine de loja, fazendo com que eles nem entrem, ou desrecomendem. Evangélicos compram muito pela internet. Mas, contrariando o fluxo, 34% deles (contra 7% de não evangélicos) ainda preferem as lojas físicas. Agora me diga: o que você faria se soubesse que um terço dessa massa de consumidores não se sente representada pela publicidade? Imagine as oportunidades de conexão. Há carências profundas e um oceano azul de possibilidades para os mais diferentes segmentos do mercado.

Detalhe importante: os evangélicos estão consumindo cada vez mais, boa parte deles impulsionada e validada pela teologia da prosperidade. O crescimento  é de 47%, contra 32% de não evangélicos. Dos canais mais assistidos às preferências de conteúdo, dos programas de TV aberta  e fechada aos streamings, das formas de laser até o que fazer com as crianças, está tudo mapeado.

Sua marca faz parte de que lista? A lista das que são aceitas ou rejeitadas? Como lidar com isso? Estas são algumas surpresas que a gente reserva para uma reunião só com você. Quando o João Ciaco, o Abel Reis e eu começamos a desenhar a Dolores, estávamos em busca de movimentos como esse. Movimentos de transformação cultural, social, tecnológica, climática, fenômenos que estão moldando uma nova sociedade e criando desafios que pedem uma urgência de respostas para as quais nem sempre o mercado está preparado.

Assim surgiu a Dolores. Nem agência, nem consultoria, uma empresa idealizada para cuidar das dores da transformação. Antena que detecta tendências, antecipa e estuda mudanças. Queremos usar nossa experiência em marketing, criação e tecnologia para ajudar sua empresa a fazer esta transição de forma assertiva e tranquila. Para isso também contamos com grandes parceiros fora da bolha do marketing e da comunicação que nos ajudam a trazer novas respostas: semioticistas, filósofos, artistas, cientistas de dados, IA, antropólogos e historiadores.

Encontrar o Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers, a empresa de pesquisa que escolhemos para realizar esse estudo conosco, foi fundamental. Juntos, desenhamos o projeto e conseguimos lançar a maior pesquisa do Brasil sobre hábitos de consumo do público evangélico. Foram mais de 1.700 entrevistas entre evangélicos e não evangélicos dos 18 anos a +60, cobrindo todas as classes sociais e todas as regiões do Brasil. Um trabalho que levou meses para ser concluído e exigiu de nós muita dedicação, estudo e aprofundamento para traduzir os números em insights poderosos. Vale pontuar que não somos evangélicos. Respeitamos todas as religiões e nosso foco não é propagar nenhuma fé, mas entender como esse público vai transformar o mercado de consumo.  Quer saber mais? Fale com a gente. www.dolores.ac.

Adriana Cury é sócia da Dolores Design de Soluções e líder-fundadora do Círculo de Criativas Brasil