Cientes do impacto que o setor causa ao meio ambiente e com a sociedade cada vez mais consciente sobre o tema, os fabricantes de bebidas passaram a adotar políticas de sustentabilidade agressivas nos seus negócios, transformando-as em verdadeiras plataformas de comunicação.

Matéria de capa desta edição mostra que todos os principais grupos do setor no Brasil há anos desenvolvem estratégias ambientais. Ambev, Femsa, Heineken e Petrópolis investem pesado no desenvolvimento de técnicas de reaproveitamento de água e eletricidade, em reciclagem de embalagens e na redução da emissão de carbono na atmosfera.

“Quando falamos de meio ambiente, nem preciso citar a urgência de ter cada vez mais ações e apoio para ao menos amenizar o impacto dos danos causados ao longo dos anos, que já nos colocam frente a um cenário de aquecimento global extremamente preocupante. As pessoas têm consciência dessa situação e esperam das marcas atitudes concretas no que se refere à sustentabilidade”, resume Eduardo Picarelli, diretor de marketing da Heineken no Brasil.

Provavelmente, o leitor já deve ter sido impactado por algumas das ações ou campanhas da Heineken com a sua plataforma Green Your City, que possui uma série de iniciativas com o viés sustentável para a vida noturna, a cena cultural e a ressignificação de espaços urbanos. Para o lançamento da plataforma, no fim
do ano passado, a marca iluminou de verde prédios icônicos de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, simultaneamente, numa ação de grande impacto.

Outro exemplo recente foi a montagem de um palco sustentável no Festival Popload. Com 28 placas fotovoltaicas, a estrutura captou energia verde e foi conectada a geradores para compensar parte do abastecimento das ativações da Heineken.

Já a Coca-Cola Femsa Brasil está comprometida com a redução da emissão dos gases de efeito estufa, alinhada às diretrizes do SBTi (Science Based Targets), iniciativa do Pacto Global das Nações Unidas e outras instituições que se baseiam na ciência para a redução de emissões de poluentes causadores do efeito estufa. Recentemente, passou a operar uma frota de caminhões elétricos para a distribuição de bebidas na região metropolitana de São Paulo.

O Grupo Petrópolis, por sua vez, lançou, em 2021, a Black Princess Strong Golden FemAle, primeira cerveja produzida integralmente por mulheres, que teve a venda revertida em doação para a ONG Tamos Juntas, que apoia o combate à violência contra a mulher. As iniciativas sociais, ambientais e de governança do grupo levaram à criação do Lab de Inovação e Sustentabilidade (LIS), um conceito que testa soluções que envolvem questões relacionadas ao ESG corporativo.

Todas as fabricantes de bebidas têm agenda ESG (Environmental, Social and Governance) com metas e prazos estabelecidos. No caso da Ambev, dona de cervejas como Brahma, Skol e Bohemia, além de bebidas não alcoólicas, como Guaraná Antarctica e Gatorade, há vários compromissos ambientais a serem cumpridos até 2025.

A companhia tem compromisso específico voltado à circularidade das embalagens. O objetivo é, até 2025, ter 100% dos produtos em embalagens retornáveis ou que sejam, majoritariamente, feitas de conteúdo reciclado.

Além de ter 100% da eletricidade comprada de fontes renováveis e alcançar uma redução de 25% das emissões de carbono em toda a cadeia de valor até 2025, a Ambev também pretende zerar as emissões líquidas de carbono até 2040.

Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK