Com a popularização do streaming de vídeo, promovida, em grande parte, pelo sucesso do YouTube, além dos avanços alcançados na última década em conexões com a internet, popularizaram-se cada vez mais serviços de vídeo por demanda com conteúdo profissional, além de produções exclusivas. No Brasil, o segmento ainda é dominado pela Netflix.  

Porém, na análise de muitos especialistas, as carteiras dos consumidores de streaming têm espaço para aproximadamente 2,5 serviços pagos, e a Netflix já é, notoriamente, um deles (por questões de volume e diversidade de conteúdo, além de disponibilidade da plataforma).

A grande briga dos players do setor é pelo segundo lugar e as estratégias são as mais distintas para alcançá-lo e a concorrência é cada vez mais forte. Recentemente, em novembro de 2020, o gigante Disney +, serviço de streaming dos estúdios Disney, aterrissou no Brasil para tornar a concorrência no ramo ainda mais acirrada.

Além dos players pagos, há um novo movimento de streaming gratuito que ganhou força com a chegada da Pluto TV, que oferece serviços on demand e 45 canais de programação ao vivo, o serviço da Viacom CBS. Sua proposta de monetização vem através da publicidade.

Segundo pesquisa da Toluna realizada em novembro, uma esmagadora maioria dos internautas brasileiros, 93%, assinam canal de streaming. Ou seja, a concorrência neste mercado e a inclusão de novos players a cada temporada, fazem com que estas empresas iniciem movimentos cada vez mais agressivos de marketing e propaganda.

É aí que entra a pesquisa de mercado, que tem um papel importante no monitoramento do mercado de empresas de streaming com uso de trackings que medem o crescimento do acesso a esse tipo de serviço, bem como o crescimento e performance dos diferentes players.

Vale enfatizar que achegada de grandes players ao país, bem como grandes campanhas que alardeiam para estas estreias, são precedidas de monitoramentos de mercado que vão acompanhando a expansão do segmento bem como o desempenho dos players concorrentes.

Adicionalmente, pesquisas mais aprofundadas são feitas com o intuito de entender a imagem de cada player, seus pontos fortes e fracos, na percepção do público consumidor. Nem sempre a segmentação imaginada pelas empresas é a mesma que o consumidor pratica Por exemplo: alguns consumidores mantém assinatura de serviço apenas pelo conteúdo infantil, mas poderiam contar com outro provedor de serviços pra demandas por gêneros específicos.

Além disso, pesquisas ajudam não só na mensuração do mercado (penetração dos serviços e players), mas também a desvendar como o consumidor entende cada serviço: ou seja, que ele já tem em sua cesta e sua predisposição de pagar por eventuais serviços adicionais. Assim, esses dados coletados ajudam a definir a melhor estratégia de entrada, posicionamento e comunicação para a audiência alvo.

Fato é que quem produz conteúdo, precisa entender de consumidor. As plataformas em si já geram um grande volume de ‘data’ sobre os usuários atuais, certamente. Porém, não trazem informação sobre quem está fora dessa base. Diferentemente da mediação de audiência aberta que segmenta todos os telespectadores, hábitos como compartilhamento de senhas ou mesmo hábito de com quem o usuário assiste aos programas, informações mais profundas e específicas nem sempre estão disponíveis. Quanto mais massificados os serviços, maior a necessidade de informações sobre esses públicos. E a pesquisa de mercado é a maior aliada nestas horas.

Natalia Gurgel é Enterprise Account Manager LATAM Toluna