O que move o mundo? Por muito tempo, para muitos a resposta girava em torno de matérias-primas, força de trabalho, insumos e máquinas. Hoje, mesmo para esses fica cada vez mais claro que o que realmente impulsiona o mundo são as ideias — ou melhor, a capacidade de transformá-las em soluções, produtos e experiências.
Não à toa, se antes eram consideradas "atributos desejáveis", mas secundárias em muitas indústrias, criatividade e inovação ganharam protagonismo em todos os segmentos econômicos e se tornaram elementos centrais do desenvolvimento econômico e social.
Desde 2018, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebra o dia 21 de abril como o Dia Mundial da Criatividade e da Inovação — uma oportunidade para ampliar a conscientização sobre sua importância estratégica para o futuro da humanidade. Criatividade e cultura, segundo dados da própria ONU, representam 3,1% do PIB global e geram 6,2% dos empregos no mundo.
Já a inovação capacita de forma essencial as nações para o aproveitamento de todo o seu potencial econômico. Mesmo assim, a força de criatividade e inovação ainda é subestimada. Mas, para além da publicidade e da tecnologia, com as quais são automaticamente associadas, criatividade e inovação são essenciais para a longevidade de empresas em todos os setores, pois são ferramentas tão poderosas quanto o mais desejado bem manufaturado ou os recursos naturais mais demandados.
Se, por um lado, a criatividade expressa identidade, por outro estimula o pensamento crítico e abre caminho para soluções mais sustentáveis, inclusivas e eficazes. A inovação, por seu turno, é a aplicação da criatividade na prática, é o processo que reformula ou cria realidades. Transversais às artes e às ciências, criatividade e inovação são o motor da economia criativa.
E é vasto o campo desse modelo econômico em que a geração de valor nasce no conhecimento, no talento e na originalidade. Por envolver atividades cujo principal insumo é o capital intelectual, seu resultado se traduz não apenas em produtos e serviços com valor econômico, mas também com peso cultural e simbólico.
De publicidade, produção audiovisual e arquitetura até moda, gastronomia e design; de softwares, games e conteúdo de influenciadores até novas mídias e artes performáticas, é um setor que engloba atividades econômicas altamente dinâmicas e sem limites para crescer. Porque a economia criativa transforma ideias em negócios, cultura em produto e identidade em valor.
Para países ricos e pobres, economias estabelecidas ou em desenvolvimento, criatividade e inovação representam uma oportunidade concreta de avanço — e não apenas econômico. Ao investir em criatividade, investe-se também em diversidade, sustentabilidade, competitividade e inovação social. A inovação gera empregos de qualidade e movimenta a economia.
Juntas, fortalecem o tecido cultural da sociedade. Portanto, a data instituída pela ONU serve para lembrar que criatividade não é acessório, tampouco inovação é um exercício abstrato. Ambas são essenciais para empresas de qualquer setor que busquem relevância, impacto e crescimento. Pois criatividade e inovação são, em essência, protagonistas da transformação do presente e estratégia para a construção do futuro.
Suzane Veloso é VP de marketing da Falconi