De onde vem a criatividade? Eis a pergunta que muitos de nós fazemos, seja o redator ou criativo, diante da página em branco; seja o cliente/empresa, perplexo com a ideia apresentada em uma campanha que mostra seu produto ao cliente ideal. Até mesmo o consumidor final, quando se depara com a tal da big idea que faz seu bolso coçar diante do desejo de compra. E aí? De onde vem? O dicionário Aurélio define criatividade como: “Capacidade criadora, engenho, inventividade; capacidade que tem um falante nativo de criar e compreender um número ilimitado de sentenças em sua língua”. Em sua origem, criatividade vem do latim “creare”, que se refere a “formar, produzir e logicamente criar”.

Pois bem! É sobre essa tal de criatividade que vamos falar neste artigo, para não falar sobre vaidade. Nem queria falar sobre esta bendita palavra. “Vaidade, tudo é vaidade!”, já dizia Al Pacino, em O Advogado do Diabo. O que não é vaidade hoje em dia? A foto do Instagram, o post que está bombando, o prêmio recebido pela agência, a explosão de vendas, o influencer do momento cobrando R$ 1 milhão o post. Tudo é vaidade. Métricas da vaidade! Quantos seguidores ganhamos, quantas curtidas teve o post, quantas pessoas estão ao vivo agora na live? Dados e vaidade.
Agora mesmo deve ter um ser humano abrindo os insights para ver qual a tendência, melhores horários, o que engajou mais, quantos compartilhamentos.

Temos olhado para os dados e métricas para nortear o nosso caminho, apresentado dashboard cheio de números atualizados a cada minuto, medindo cada passo da campanha para validar o criativo. Pergunte ao criativo,
no caso, o cidadão com a capacidade criadora, o que ele acha de tudo isso. Vou compartilhar com você, mas deixa salva esta ideia, engaje-se neste artigo, pois não tem horário melhor que este para começar uma nova campanha em prol da criatividade. Não me entenda mal, não estou criticando os dados e as métricas. Elas não são ruins, nos ajudam e muito, mas não podem ser o principal. Afinal de contas, quantas vezes você já ouviu em uma roda de conversa alguém dizer:

-Viu o ROI daquele anúncio? Grandão, né? Bateu a campanha passada.
-Isso porque você não viu o tráfego direto que mandei para o checkout.
-Bom mesmo foi o remarketing que fiz. Requentei o público frio, converti para quente, mandei pra landing page, capturei vários leads e o custo de aquisição oh, pequenininho.

Taí um diálogo que não se houve. Mas quem se lembra desse: “O urso falou que é bom...”. Cantou o resto, não foi? E essa aqui: “Me dá, me dá, me dá...”. É disso que o povo gosta: C R I A T I V I D A D E, meu irmão! Onde estão os Olivettos, Nizans, Marcellos, Fábios e Edus? Será que viraram dados? Vamos deixar virar história? Será que chegamos apenas na era das pesquisas de engajamento, dos likes, dos cancelamentos? Já deu para entender, né?! Chega de apenas metrificar vaidades; vamos postar as ideias antes que elas morram na mesa de reunião e nem cheguem a ver as luzes do mundo. E, menos ainda, as luzes dos palcos, dos prêmios. Tem vaidade que é boa e fez nosso mercado vencedor. O Brasil jamais foi o mesmo depois daquele Leão em Cannes; o mundo descobriu o Brasil pela segunda vez. E por falar em prêmio, quase que eu esqueço de dizer: a vaidade chegou no interior, afinal, a criatividade não tem fronteiras.

A Barcelona Comunicação atravessou o Atlântico e foi representar o Brasil no Prêmio Lusófonos da Criatividade. Voltamos ainda mais vaidosos com o prêmio de bronze, na categoria Redes Sociais, com a campanha: Não é nenhuma MG – assista aqui. Eu disse: tem vaidade que é boa. Só não deixa subir para a cabeça. Ô editor, onde vejo quantas pessoas leram este artigo?!

Daniel Nunes é diretor de criação da Barcelona Comunicação
danielnunes@bcncom.com.br