Há algum tempo já se discute que estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial, ainda que não declarada oficialmente. E sem dúvidas, a pandemia da COVID-19 acelerou um movimento que já estava em órbita. O que ainda caminhava a passos lentos para o digital teve que, obrigatoriamente, se adequar. Nesse cenário, processamento, transformação, geração e categorização de dados se tornaram palavras de ordem.  

Isso porque no digital há a oportunidade de coletar e trabalhar com os dados que são gerados durante a tão importante jornada do consumidor. Existe um leque de informações demográficas, geográficas e comportamentais sobre o público-alvo que podem, e devem ser analisadas e transformadas em inteligência.  

Mas não se engane, a transformação digital deve ter como foco a experiência do consumidor. A tecnologia é apenas o instrumento para a mudança. E é aí que entra o Data Hub

Para quem não conhece, o termo data hub pode ser descrito, dentre tantas maneiras, como o processamento, transformação, geração e categorização de dados – a mina de ouro do século 21. Isso porque na era da informação, onde é possível obter uma gama quase infinita de dados, torna-se impraticável e arriscado para um negócio tomar decisões baseadas em palpites. Informação é dinheiro, é performance, é relacionamento, é resultado. 

Mas para se “praticar” data hub, é indispensável que se construa uma boa base para a estrutura da comunicação, performance e governança das plataformas de analytics, e que se crie uma arquitetura de dados estruturados, para que então sejam transformados em inteligência de mercado e a partir daí é feita a tomada de decisão. No que diz respeito à arquitetura da informação, ela centraliza os dados de maneira segura servindo como uma Single Source of Truth (SSOT), a fonte oficial e universal das informações de uma empresa. Uma vez centralizados os dados, eles podem ser compartilhados entre diversas áreas e ser utilizados para a tomada de decisão.  

data hub está avançando ao passo que a tecnologia está ficando mais acessível financeiramente. As empresas estão se reeducando e entendendo a necessidade de mudança na cultura em relação à importância dos dados e buscando parceiros para acelerar esse processo de transformação digital, que pode se tornar fator-chave para o sucesso e vitalidade de uma empresa.  

Para acompanhar essa transformação, é necessário usar metodologias ágeis para construir equipes multidisciplinares e autônomas, que serão capazes de se adaptar rapidamente a mudanças bruscas do mercado e entregar valor de maneira incremental e recorrente. Ao contrário do que se possa pensar, a TI (Tecnologia da Informação) não é a única protagonista nesse processo, mas é fundamental para a integração dos dados, já que cada projeto é único e depende de tecnologia para inovar na exploração do seu recurso mais precioso: os dados.  

Os desafios da transformação digital envolvem a priori uma mudança de mindset dos gestores de empresas, uma renovação na maneira como gerenciam projetos e produtos e por último, mas não menos importante, ter profissionais muito bem capacitados. O mercado está aquecido e o trabalho remoto exponenciou o hunting desses profissionais em empresas das mais variadas indústrias e nacionalidades, o que é mais um obstáculo para a concretização da cultura de dados nas empresas. Por este motivo, muitas destas buscam parcerias de outsourcing ou até mesmo a formação desses perfis desde a base, onde a experiência vem com o interesse, a prática e a cultura da empresa e não necessariamente com a formação acadêmica.  

Sinto otimismo quanto a essas mudanças e vejo o mercado respondendo e se movimentando de maneira bem positiva em relação a isso. A questão é: quando tudo estiver organizado e adaptado, principalmente em relação à cultura tecnológica nas empresas, o mercado trará uma nova onda de mudanças e com ela novos desafios. A sua empresa está preparada para lidar com eles? 

Nicolas Santos é Data Hub Manager na Cadastra