Apesar das constantes mudanças na economia criativa, há empresários que ainda resistem à inovação e mantêm hábitos e processos viciados e muitas vezes ultrapassados. Como o mercado também tem boa parte de consumidores com hábitos presos ao passado, negócios reacionários sobrevivem, embora minguando pouco a pouco.

Recentemente, tomei conhecimento de um supermercado carioca de porte médio que – pasme! – ainda não aceita cartão de crédito. Essa resistência à inovação não gera necessariamente a falência de negócios porque, como afirmei acima, há pessoas que também resistem ao novo, mantendo-se fiéis aos processos tradicionais.

O problema é que o ganho de produtividade e agilidade de negócios que incorporam – ou já nascem – a inovação naturalmente acaba sendo um diferencial competitivo significativo, inviabilizando os negócios ultrapassados que insistem em resistir ao novo.

Além do modelo de negócio, há também o engajamento aos movimentos de sustentabilidade representados pela sigla ESG (Environmental/Meio Ambiente; Social/Responsabilidade Social; Governance/Governança).

Para muitos, essa preocupação ainda parece “perfumaria” ou modismos, mas as empresas mais conscientes e antenadas percebem a força desse movimento que ganha o ambiente corporativo no mundo inteiro, fazendo-as repensarem a forma com que administram suas operações.

Como mitigar os indesejáveis efeitos poluidores no processo de produção dos seus produtos? Ou, melhor, como adotar uma produção que já leve em conta processos e uso consciente de materiais, neutralizando a pegada de carbono?

As notícias catastróficas quase diárias relacionadas aos efeitos do aquecimento global colocam as empresas numa posição de questionamento quanto a sua contribuição, para o bem ou para o mal, em relação à preservação do meio ambiente. Alagamento numa parte do mundo e seca arrasadora do outro: as pessoas estão se dando conta de que, se nada for feito, a nossa maltratada Terra se inviabiliza como ambiente adequado para a existência de seres humanos. Por outro lado, o velho e odioso preconceito, seja racial, sexual ou etário, também passa a ser pauta das empresas, assim como uma governança transparente e ética.

Observar esses pontos e agir de forma consciente já não é mais um diferencial das empresas, é mandatório.

Que o digam os fundos de investimento que só acrescentam aos seus portifólios empresas em compliance com esses princípios. O que era um movimento isolado passa a ser de vital importância para a sobrevivência de empresas. Elas não querem ser extintas, como dinossauros de uma nova época.

O que todas querem é tornar-se unicórnios, como são chamadas as startups que ultrapassam US$ 1 bilhão de valor de mercado. De um lado, a figura do dinossauro, símbolo do atraso e da inviabilidade; de outro, a do unicórnio, leve e faceiro, galopando lépido no mundo dos negócios.

Chamemos o dinossauro de Dino, para criar um personagem. Do lado do Dino, está o capitalismo selvagem e desrespeitoso. Do lado do Unicórnio, está o capitalismo consciente e empático. O Dino defende o lucro a qualquer custo, a riqueza do shareholder, mesmo que seja necessário abusar do seu poder perante fornecedores e colaboradores.

O Unicórnio quer também o lucro, sim, mas para todos os stakeholders, respeitando relações sustentáveis e equilibradas. O Dino ignora a igualdade de gêneros e a inclusão. Já o Unicórnio preocupa-se em manter um ambiente diversificado, plural e livre de preconceitos.

De que lado você quer ficar? Esses conceitos estão sendo usados numa campanha da Ampro, brilhantemente criada pela Score. Convido você a se engajar e valorizar as atitudes de unicórnio e execrar as do tipo do dino. Se todo mundo se incorporar desse espírito, certamente teremos um ambiente de negócios melhor para todos e um universo viável para os seres humanos. Vamos juntos?

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) (alexis@ampro.com.br)