Prestes a se tornar um sessentão - em 21 de maio de 2025 -, o propmark alcança nesta semana a sua edição de número 3.000. A presente edição comemorativa traz um apanhado dos últimos 20 anos do mercado da comunicação, desde a edição 2.000. Uma espécie de túnel do tempo, o especial apresenta as principais transformações da indústria publicitária e fatos do Brasil e do mundo com impactos no setor, ano a ano.

Os futuristas costumam dizer que as grandes mudanças acontecem de dez em dez anos, e, geralmente, algumas previsões são feitas com base nesse critério. Foi pensando nisso, que este semanário decidiu olhar para o passado e trazer lições ao presente.

Em 2004, por exemplo, a Justiça paulista decretou a falência da Gazeta Mercantil, um dos mais tradicionais jornais de economia do país. Era o prenúncio da crise que abalou a mídia impressa com o fechamento de vários outros jornais e revistas em anos posteriores que, até os dias de hoje, não foi totalmente sanada.

Já no ano seguinte, estourou o Escândalo do Mensalão, um esquema de corrupção política que respingou na publicidade, sob a acusação de pagamento de propinas para políticos que tinha o publicitário Marcos Valério, dono das agências DNA e SMPB, como um dos principais nomes envolvidos.

O ano de 2006 também foi duro para uma parcela do mercado publicitário, com a aprovação da Lei Cidade Limpa, que entrou em vigor em janeiro de 2007 e praticamente varreu a mídia exterior da capital paulista. No entanto, a lei apresentada pelo prefeito Gilberto Kassab se mostrou acertada, já que padronizou as regras para instalação de painéis publicitários e determinou a remoção de outdoors irregulares nas ruas. A iniciativa serviu de exemplo, inclusive, para outras cidades do país.

Já 2008 foi marcado pela realização do IV Congresso Brasileiro de Publicidade, pautado nos temas liberdade de expressão e transparência na comunicação, assuntos caros até os dias de hoje para o mercado. No mesmo ano, o mundo testemunhou a falência do Lehmann Brothers, um dos maiores bancos norte-americanos, causada pelo estouro da bolha especulativa no mercado imobliário daquele país, gerando uma crise financeira em nível global.

2009 foi um ano de luto para o mercado publicitário, com a perda de três grandes nomes: em maio, aos 61 anos, morreu Zé Rodrix. Em julho, com apenas 47 anos, foi a vez do diretor de arte Tomás Lorente. E, em outubro, faleceu, aos 76 anos, Luiz Celso de Piratininga, um dos fundadores do Conar, da Adag e também presidente da ESPM.

Fechando o ciclo de dez anos, em 2014, a seleção brasileira foi goleada por 7 a 1 pela Alemanha, em pleno Mineirão, em jogo válido pela semifinal da Copa do Mundo, abrindo uma crise no futebol brasileiro que persiste até hoje. Em maio, o mercado publicitário  foi surpreendido com o anúncio do fim da fusão dos grupos Publicis e Omnicom, um negócio de US$ 35 bilhões, divulgado um ano antes.

Convidamos o leitor para embarcar nessa viagem do tempo e conferir os principais fatos que marcaram a publicidade brasileira e o mundo nesses últimos 20 anos no Especial propmark 3.000. Como diz a canção de Vitor Espadinha, ‘Recordar é viver’.

Compra
Na semana passada, o UOL anunciou a aquisição de cerca de 29% de participação da NEOOH, uma das principais empresas de out of home do Brasil. De acordo com comunicado, o acordo forma uma aliança estratégica que permitirá o desenvolvimento conjunto de novos projetos e produtos, além da comercialização de suas mídias.

Trata-se de mais uma prova de como o OOH, terceira maior mídia do bolo publicitário e uma das que mais crescem, com share de 11,3%, segundo o Cenp-Meios, desperta a atenção de grupos de mídias - em 2023, a Globo comprou parte das ações da Eletromidia, cerca de 8,57% do total da empresa de mídia out of home.

Frase:“Desde o alvorecer da humanidade, o impulso para inovar tem sido uma das forças motrizes do nosso desenvolvimento e progresso”. (Trecho do livro ‘Inovação sem complicação’, de Igor Mazaki).

Armando Ferrentini é publisher do propmark