Os canais fast (free ad-supported streaming television) abriram novas receitas para o mercado de publicidade. Plataformas de streaming gratuito, suportadas por anúncios e disponíveis em TVs conectadas (CTVs), trazem um alto poder de segmentação – de público e de conteúdo –, configurando-se como uma grande vantagem para os anunciantes.
Modelo consolidado nos Estados Unidos, os canais fast atraem cada vez mais audiência e investimentos no Brasil, impulsionados pela popularização das Smart TVs – dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que em 2023, das 71,5 milhões de residências brasileiras com televisão, 34 milhões tinham TVs inteligentes.
Especial fast channel desta edição do propmark traz depoimentos de profissionais de mídia, que detalham como o modelo espelha a TV aberta, mas com a flexibilidade do streaming – que é cada vez mais familiar para os brasileiros – e oferecendo aos espectadores uma grade de canais diversificada sem custos.
Para alguns analistas, trata-se, inclusive, de uma evolução da TV aberta. Afinal, o modelo combina a conveniência e a customização que caracterizam os serviços de streaming, mas preserva o alcance e a presença massiva da TV aberta.
Esses canais digitais oferecem acesso livre ao consumidor, que não precisa aderir a qualquer assinatura. Nesse sentido, os fast channels também têm a vantagem de atrair espectadores que rejeitam pagar por entretenimento.
Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) indicam que quase metade dos clientes abandonou o serviço de TV por assinatura em dez anos. Atualmente, o número de assinantes é em torno de 10 milhões – em 2014, eram 19,6 milhões.
Os próprios fabricantes de TV entraram nesse novo business de mídia e têm canais fast. Os principais players do momento são a Pluto TV e a Samsung TV Plus, que está presente em mais de 20 milhões de Smart TVs da marca ativas no Brasil.
Trata-se de um oceano aberto. As informações da Samsung mostram que 76% do tempo que os brasileiros dedicam ao consumo de conteúdo em suas Smart TVs é gasto em plataformas de streaming. No México, essa taxa chega a 85%. Já nos Estados Unidos, segundo a Kantar Media, cerca de 47% dos lares americanos consomem canais fast semanalmente, contra 24% registrados no mesmo período do ano passado.
A melhoria na qualidade e diversidade do conteúdo oferecido também impulsiona o setor. A Pluto TV ampliou de forma expressiva o seu portfólio de canais no Brasil, oferecendo opções para interesses variados. Atualmente, conta com mais de 130 canais.
Vale pontuar que, para as marcas, o ambiente das Smart TVs oferece um canal direto com uma audiência superconectada. No Especial fast channel, profissionais também avaliam dados de mercado e os insights plugados com essa tecnologia, que está transformando o consumo de mídia.
“Acreditamos que o consumo de TV conectada lastreada pelo suporte em publicidade será uma grande porta de entrada para novos consumidores explorarem uma maior variedade de entretenimento e informação, crescendo principalmente o consumo on demand”, diz Vicente Varela, diretor de operações comerciais e inteligência de mercado do SBT, que lançou recentemente o SBT+.
Já Carlos Eduardo Valverde, diretor-comercial da Ole Interactive Brasil, ressalta que o principal diferencial dos canais fast está na possibilidade de segmentação detalhada por interesses e dados demográficos.
OOH
Mais uma movimentação importante no setor de out of home. O Grupo Globo passou a ser o detentor da Eletromidia, segundo fato relevante publicado no último dia 4. De acordo com o documento, o negócio foi fechado por cerca de R$ 1,7 bilhão. A Globo, que já possuía 27% da Eletromidia, agora adquiriu 47% do capital social da empresa de OOH.
Frase: “A persistência é o caminho do êxito” (Charles Chaplin).
Armando Ferrentini é publisher do propmark