Numa época em que o termo distanciamento social tomou grandes proporções, as relações humanas nunca foram tão valorizadas.

Encontrar, festejar, comemorar, abraçar e interagir são verbos que ficaram de lado, mas que agora fazem mais sentido do que nunca.

O ser humano é um ser social e, muito mais do que precisar uns dos outros ou gostar de companhia, nos sentimos melhores próximos de nossos semelhantes, pois não existe ser humano sem interação social.

Estudos e pesquisas comprovam que o isolamento ou a falta de convívio causam distúrbios mentais que comprometem o nosso pleno desenvolvimento social.

Nascemos dependentes e continuamos dependentes ao longo da vida, pois é a troca que nos faz crescer, são as histórias que nos conectam e as relações que nos tornam pessoas melhores.

Sendo pai, me vejo várias vezes acionando a minha mulher para resolvermos um impasse do nosso filho. Conversamos como iremos fazer para que ele vença os seus medos, que, por vezes, também são meus e é na troca dessa relação que nos fortalecemos.

Existem os autodidatas?

Sim, existem. Os autossuficientes, tenho minhas dúvidas. Somos capazes de amadurecer e nos tornarmos 100% independentes? Não! Procuramos o convívio porque dependemos uns dos outros.

Nós nos inspiramos diariamente no sucesso das pessoas, nas atitudes e nas histórias dos outros.

Eu me inspiro no sorriso que os eventos são capazes de despertar nos outros.

Chega a ser catártico para quem produz e deixa marcas inesquecíveis em quem vivencia essas experiências.

É a energia das pessoas que contagia, uma história de superação que emociona, é a adrenalina de reunir pessoas tão diferentes e unidas pelo mesmo propósito que nos inspira. Então, de repente, sem possibilidade de escolha, paramos de conviver. Perdemos nossas inspirações e parte de nossas referências.

As áreas de comunicação das empresas se perderam no meio do vazio e, entre uma sala de Zoom ou Teams, todas as relações se tornaram digitais.

Em um piscar de olhos esquecemos que os nossos clientes ou nossos funcionários são pessoas reais, que precisam do convívio diário para se inspirarem.

Bombardeamos, literalmente, nossa audiência com campanhas, a maioria apenas para cumprir o calendário. Só que o tempo agora é outro.

Acabou a era em que os e-mails marketings geravam engajamento. Para criar relações duradouras temos de humanizar.

Pessoas não inspiram pessoas. Só com emoção somos capazes de despertar um sentimento de pertencimento, orgulho e vontade de trabalhar em um local que conforta e traz segurança. O protagonismo dos funcionários na comunicação estabelece uma conexão ainda maior e, mais uma vez, as histórias inspiram pessoas.

Precisamos mudar. Precisamos pensar nos indivíduos e em suas histórias. Isso porque as empresas não inspiram pessoas e, para influenciar, precisamos de solidariedade e de relações humanas com histórias verdadeiras.

Finalizo com alguns pontos de reflexão para os comunicadores ou marqueteiros que, como eu, acreditam que humanizar a sua marca é a melhor forma de inspirar pessoas. Entenda a “dor” dos outros e coloque-se no lugar das pessoas. Uma história, mesmo que boa, na hora errada, vira spam.

Seja verdadeiro sempre. Só se aproxime daquilo que é real, pois histórias genuínas geram identificação e interação.  Não adianta só falar, antes de tudo é preciso ouvir. Inspire, envolva, troque, viva intensamente as relações, porque, no fim, são as conexões que geram resultados.

Rodrigo Villaboim é sócio-diretor da .be comunica