Eu sempre tive uma atuação participativa em grupos ou associações dedicadas a juntar interesses e lutar por um mercado mais ético e dinâmico. Fiz isso desde o início da minha carreira, conciliando minha atividade profissional com o trabalho voluntário junto às associações.

De um tempo para cá, tenho feito isso como atividade principal – e não mais paralela. É fácil para mim, portanto, enaltecer a importância de um trabalho coletivo, organizado por instituições sérias e dedicadas à melhoria de setores e categorias profissionais.

Vejo agora o resultado de uma mobilização orquestrada pelo setor de eventos, resultando na esperança de socorro a um dos segmentos que mais sofreram os impactos econômicos da pandemia.

Refiro-me ao PL 5638, conhecido como Perse – Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, encabeçado pela Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), com adesão e engajamento das principais instituições ligadas a eventos, agregadas à coalizão representada pela CBIE (Câmara Brasileira da Indústria de Eventos).

Um esforço concentrado que teve diferentes tipos de mobilização, com algumas associações mais atuantes que outras, mas todas imbuídas de um mesmo propósito: dar fôlego a um setor devastado pela pandemia. Um setor com empresas que, há mais de um ano, tiveram seus negócios literalmente paralisados.

O Perse passou pela Câmara Federal, pelo Senado, voltando à Câmara para confirmar aprovação e, agora, está nas mãos do Executivo para sanção final. Uma vitória parcial (só será definitiva quando houver a sanção presidencial) que só foi possível pela existência de associações que dedicam todo o seu tempo à luta em torno de causas e propósitos.

Independentemente do resultado final desse esforço, é preciso dar o devido
valor a essas instituições sérias, que agregam associados em torno de interesses comuns, coordenando trabalhos coletivos em benefício de um grupo de empresas ou profissionais. Nesse momento agudo e dramático da pandemia, vemos esforços se multiplicarem pela formação de grupos de voluntários dispostos a minimizar os efeitos perversos, não só da doença, em si, mas dos problemas econômicos decorrentes dela.

Não só nas crises, o Brasil tem um histórico positivo quanto ao trabalho de associações e congêneres, que foram responsáveis por grandes conquistas.

Na área de marketing e comunicação, foi por intermédio do trabalho conjunto, organizado por associações, que se obtiveram grandes conquistas, principalmente com a autorregulação, que traz para as próprias empresas a responsabilidade de adoção de melhores práticas e a condução ética das suas atividades.

Não à toa, a comunicação brasileira se destaca internacionalmente, conquistando prêmios nos principais concursos ao redor do mundo. O mundo é cada vez mais Co, valorizando a corresponsabilidade, a correalização e a cocriação.

Mais do que nunca, é preciso que estejamos juntos, reunindo aqueles que comungam dos mesmos princípios e estão dispostos a melhorar o ambiente de atuação de setores e segmentos da economia. É preciso valorizar o trabalho de abnegados, que dedicam parte do seu precioso tempo para contribuir com o seu setor ou com a sociedade, como um todo.

É preciso fortalecer e empoderar essas iniciativas sérias, não só se associando ou mantendo seu vínculo com essas instituições, mas também se juntando no esforço coletivo, participando ativamente. Não nos deixemos abater pelos desmandos e atitudes desencontradas daqueles que deveriam nos governar.

Devemos manter nossa visão crítica, mas não inibir a ação paralela, que pode fazer a diferença. Não é hora de dispersar. Vamos continuar juntos.

Pode parecer um tanto piegas ou simplesmente frases de efeito, mas a verdade é que, realmente, juntos, somos mais fortes. Juntos, superaremos as provações e os desafios monumentais que enfrentamos. #tamojunto!

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) (alexis@ampro.com.br)