Nem todos os leitores dos meios impressos apreciam ler os editoriais, o que para nós é um erro, pois geralmente se trata de uma seleção enxuta do que a publicação contém, proporcionando ao mesmo, conforme seu tempo disponível, selecionar e dirigir sua leitura para o que julgar mais importante para o seu trabalho, conhecimento ou até mesmo distração.

Em linhas gerais, os editoriais são resumos do que os meios escritos contêm, facilitando até mesmo a vida do leitor pela oportunidade da escolha deste ou daquele assunto, em um mundo cada vez mais apressado. É certo que o editorial costuma refletir a opinião do editor, salvo honrosas exceções, mas no geral faz o leitor ganhar tempo, ao ter em suas mãos um cardápio de assuntos a escolher.

O valor de um bom editorial, que informa antecipadamente e influencia, tem o poder de acender as primeiras luzes das matérias contidas em todo o impresso. Sendo o PROPMARK uma publicação dirigida ao marketing e seus apêndices, onde o mais famoso e importante deles é a propaganda, há sempre chamadas importantes dentro do mesmo (além das chamadas de capa).

Nos últimos tempos, com o marketing e a propaganda crescendo e sofrendo transformações, torna-se importante para o leitor uma leitura antecipada do que a publicação contém no seu todo, podendo até mesmo, a partir daí, separar umas das outras, conforme o seu interesse profissional e/ou o seu tempo disponível para a leitura.

Através do editorial, o leitor pode selecionar o que mais o interessa para ler, ou de que tempo dispõe para formar esse conjunto. Aqui no PROPMARK, sempre procuramos valorizar ao máximo nossos editoriais, que muitas vezes ultrapassam as finalidades acima expostas, para aumentar o grau de informação ao leitor.

Recomendamos ao leitor jamais desprezar a leitura dos nossos editoriais, a maioria deles com valiosas informações que, sem dúvida, o remeterá com prioridades ao temas do seu maior interesse.

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TECNOLOGIA
A tecnologia faz parte da história. E logo é absorvida e incorporada pela sociedade, que foge dos receituários teóricos de usabilidade e ensina aos tecnólogos que a prática é que é amiga dos novos serviços. Se Gutenberg otimizou a leitura com a invenção da impressão, ela hoje está disponível nos lares por meio das impressoras de mesa que imprimem na hora os conteúdos que buscamos na internet.

O mais incrível é que os avanços logo são observados pela comunicação do marketing e se transformam em canais de mídia. A publicidade embarca na tecnologia de maneira fluida. A transformação digital diminuiu fronteiras e distâncias. A informação é globalizada devido à penetração e ao alcance de plataformas como o Twitter, TikTok, WhatsApp, Instagram, Facebook, Pinterest, Google, YouTube, Twitch etc.

A Rede Globo, agora sob a direção de Paulo Marinho, fez acordo inédito com o Google para utilizar na sua estrutura a plataforma Cloud, entre outras atividades que envolvem a parceria. E vive um momento de integração dos seus canais como se fossem um só.

O rádio já foi uma tremenda mudança nos hábitos de consumo de mídia no país. O dia 13 de fevereiro, que marcou o início da Semana de Arte Moderna de 1922, que mereceu capa deste PROPMARK, também é a data que se celebra o Dia Mundial do Rádio, instituído em 2011. Num recente boletim da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) há um resumo sobre esse meio fantástico: “Rádio, uma arte moderna, mágica, que emociona, que toca”.

O rádio chegou ao Brasil pra valer em setembro de 1922, mas continua sendo até hoje uma mídia que emociona. Agora com formatos que contemplam as tecnologias do streaming, aplicativos, podcasts e com imagens transmitidas em tempo real pelo YouTube. Jovem Pan, CBN e outras emissoras já utilizam essa métrica.

A TV virou o canal preferido dos anunciantes após a sua implantação no país na década de 1950. O que chamamos hoje de infomercial, era recorrente nessa época com intervalos longos com os conteúdos publicitários das marcas. A Unilever, à época Gessy Lever, fez muitas radionovelas por meio da sua house-agency, a Lintas, que importava textos e os repassava às emissoras em troca de espaço publicitário na grade.

As novelas evoluíram e a TV Globo transformou esse formato em um dos mais destacados para atrair audiência e anunciantes. Agora, as soap operas, que ganharam esse termo nos Estados Unidos devido à parceria comercial das empresas de sabonete, como Colgate-Palmolive e Lever, também estão nos canais de streaming, como Globoplay.

A tecnologia está tão incorporada à sociedade que não será surpresa se, logo, as novelas marcarem presença no ambiente metaverso, que é tema da matéria de capa desta edição.

O metaverso ainda é controverso. Mas o marketing e suas ferramentas vivem dessas evoluções tecnológicas e culturais. E já o absorveu. O Facebook, de Mark Zuckerberg, abriu as portas para o futuro. Que será materializado com os instrumentos mercadológicos existentes, que não perderam o sentido delineado por Philip Kotler nos anos 1950, como Madia de Souza sempre nos relembra.

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CARNAVAL
Outro destaque desta edição é a reportagem que traz um panorama do confuso calendário do Carnaval 2022, que foi adiado e arrasta decisões das marcas. O Camarote Salvador foi reprogramado para 2023, a folia dos blocos de rua foi cancelada pelo país afora, e os desfiles das escolas de samba dos grupos especiais de São Paulo e Rio de Janeiro foram transferidos para o feriado de Tiradentes, em 21 de abril. Eles serão realizados nos dias 22 e 23 de abril com restrições de público, comprovante de vacinação e obrigatoriedade de máscaras. Ainda paira uma eventual possibilidade de que as autoridades públicas proíbam festas privadas.

Armando Ferrentini é diretor-presidente e publisher do PROPMARK