Voltando do SXSW, o Cesar Sponchiado, um dos sócios da Tunad, empresa em que eu trabalho, destacou o metaverso como a tônica do evento. Antes de tudo, é importante lembrar que muitas companhias já vêm trabalhando esse conceito - algumas com mais, outras com menos intensidade - e é provável que você já o tenha experimentado sem ter percebido. Além do Second Life, em 2003, temos os exemplos do Pokémon Go e do Epic Games com
shows de artistas dentro do Fortnite.

Mark Zuckerberg puxou e massificou o assunto, a ponto de acharmos que o termo foi mais uma sacada dele. O que, sabemos, não foi. O metaverso é atribuído à Neal Stephenson, autor do livro Snow Crash, publicado no Brasil como Snow Crash e Nevasca, em 1992.

Por que o metaverso pode dar certo no Brasil?

Web 3.0 e o aumento de conectividade. Cada vez mais, “the word is tech, the world is techy”, haja visto o aumento de Fintechs, Healthtechs, Insurtechs, entre outros. Legado da pandemia: contato mais virtual, híbrido, phygital, remoto, sem fronteiras, menos viagens corporativas. Inclusive, quase 70% da minha equipe mora fora da cidade de São Paulo.

Redes sociais cada vez mais populares, incluindo os perfis de empresas: participei de um webinar da ArcelorMittal sobre o metaverso, que contava com quase 300 pessoas atentas ao tema (87% das pessoas que atenderam o evento acham que o metaverso será relevante como as redes sociais são hoje). Experiência “seamless”, mágica, dinâmica e envolvente, prática. Além de aliviar o “Zoom fatigue” (fadiga causada pelas atuais plataformas de videochamada).

O metaverso é uma combinação de itens massificados, ou em massificação inexorável, com adoção inevitável. Por exemplo: adaptações para o marketplace: a Lacta não possui um modelo de loja própria, mas é possível comprar um ovo de Páscoa com a experiência do metaverso;  5G, social media, gamificação: o Roblox é sucesso entre as crianças, contando com quase 50 milhões de usuários ativos por mês; VR, 3D printer, IA, RA, NFT: no webinar que participei foram sorteadas duas obras de arte em NFT, e a audiência ficou eufórica respondendo questões para ficar elegível no sorteio.

Cripto ativos: mercado deve chegar a R$ 120 bi no país este ano, diz a Spiralem Innovation Consulting. Maior uso de desktops (melhor experiência imersiva), menos mobile (legado da pandemia) Ostentação/personificação/voyeurismo típico das redes.

Oportunidades
Novos desenvolvedores para o metaverso: óculos menores? Fazendo um paralelo com o AirPod, da Apple, os VR Glasses hoje se comparam com fones de ouvido pesados, grandes e com fio! Mercado de trabalho: vaga, real, que achei no LinkedIn: “Vaga para Publicitário Júnior: Estamos contratando profissional... para atuar em projeto tecnológico que envolve o setor de metaverso, criptomoedas e NFTs, entre outros”.

Cursos/Eventos: a Exame, em parceria com o Ibmec, lançou o “Master em Digital Manager e Metaverso”. Vogue Negócios com o tema “Moda e beleza no metaverso”. Escola Metaverso: escoladometaverso.com. O Metaverso é ainda uma tendência de longo prazo no Brasil? Hoje o ecossistema  que envolve esse novo ambiente já está aqui (diferentemente do momento do Second Life), impulsionando seu uso, provocando conexões e facilitando a adoção. Vale pelo menos aprender, entender, testar e experimentar.  Sim, isso é para o nosso bico...

Eduardo Leite é head of sales and business development da Tunad
eduardo.leite@tunad.io