Zapeando pela rede social mais corporativa que existe, vi a imagem que precisava para conectar todos os pontos desse texto: substitua o medo do desconhecido por curiosidade.

Fui transportada diretamente para uma época longínqua da infância, quando todos ao meu redor tinham pelo menos 10 anos a mais do que eu e só me restava ser a criança que fazia todas as perguntas inconvenientes: “o que é isso?”, “o que é aquilo?”, “Para que serve isso?”.

Ser curiosa, com certeza, despertou sempre o melhor de mim. Buscar conhecimento, aprender coisas novas e entender como aprender essas coisas fez parte da minha jornada de crescimento e amadurecimento. Aprender me humaniza. E me coloca de volta no chão. “Ninguém é tão inteligente que não possa aprender algo”.

Sempre existe alguém melhor do que você em algo, e não conseguir enxergar isso nos leva para um lugar bem próximo da soberba. Vale sim ter humildade, mas vale lembrar que ela não deve ser confundida com o reconhecimento sobre os próprios saberes.

Conhecer e ser bom em algo é sim possível, mas o que vale também é lembrar sobre o que não sabemos e o quanto ainda temos para saber. Quando criança, meu pai me falou sobre como uma pessoa pode perder tudo que tem, menos as coisas que sabe.

Foi ali que eu entendi a importância da curiosidade e do conhecimento. Foi essa curiosidade que me levou às minhas maiores conquistas e posições - algumas vezes pensando que eu estava dando passos muitos maiores que a perna, outras pensando que a cadeira era menor do que eu, mas sempre com a certeza da variedade de pessoas que eu conheceria e a quantidade de coisas que poderia aprender.

No mundo corporativo, times multifuncionais sempre foram minha maior paixão. Na vida pessoal, um hábito extremamente millennial da minha parte: transitar entre grupos e assuntos, e conseguir ouvir das pessoas sobre as suas paixões.

Uma coisa que o conhecimento também traz é a admiração. Consigo me lembrar de todas as pessoas por quem senti admiração ao vê-las falando: primeiro meu pai, depois diversos professores e, finalmente, dois chefes aos quais gostaria de chamar pelo nome: Kaléo e Guilherme.

Os dois são meus maiores modelos de admiração até hoje. Profissionais brilhantes, com pensamentos rápidos e lógicos. Trabalhar com eles me tornou uma pessoa melhor, além de uma profissional melhor.

Ao tentar racionalizar minha admiração, cheguei no lugar que entendi: ambos são pessoas extremamente inteligentes e não houve uma única interação que eu tive com eles que não me trouxe algo novo. E por novidade digo tudo, seja uma música, um filme, uma estratégia nova ou até uma fórmula no Excel.

Hoje, vejo que aprender está além do que se é ensinado em escolas ou descoberto em livros. Conhecimento técnico é finito dentro de uma área e chega um momento que você sabe muito.

Porém, aprender de verdade é conseguir entender que, na realidade, esse conhecimento técnico é apenas um pedaço muito pequeno do todo.

No dia a dia, aprender é sobre buscar formas criativas de resolver novos problemas, ou novas formas de resolver problemas antigos. Fica mais fácil e gentil quando a gente entende que todos os dias são um aprendizado.

Assim como na infância, todos os dias nós temos contato com o novo e, mesmo sem perceber, estamos ali nos tornando pessoas mais interessantes, mais inteligentes e, com certeza, mais admiradas por tantas outras Tamires que temos em nossas vidas.

Que sejamos essa pessoa que inspira por nunca deixar de aprender, que sejamos essa pessoa que aprende por nunca deixar de admirar.

Tamires Posinato é diretora de mídia da Druid