Muito se tem falado de economia circular, que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais. Para a indústria da moda, a segunda mais poluidora do mundo, esse conceito tem feito parte da revisão do modelo de negócios das marcas de vestuário e calçados, que passaram a utilizar matérias-primas menos poluentes para a fabricação de seus produtos, a partir de materiais como algodão orgânico, cortiça, fibra de cânhamo e borracha natural.

No quesito sustentabilidade, uma das maiores críticas ao setor tem a ver com o descarte de roupas em ritmo acelerado. Não é à toa que cresce também o conceito de second hand (segunda mão), com o aumento da relevância de brechós e marketplaces como Enjoei e OLX, que possui o consagrado conceito “Desapega”.

Mas para além do consumo desenfreado das pessoas, outro problema que essa indústria enfrenta é o próprio descarte de resíduos. De acordo com um levantamento da Global Fashion Agenda, nos últimos anos, mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados e a projeção é um aumento de 60%, ou mais de 140 milhões de toneladas, nos próximos anos.

Matéria nesta edição mostra o que as principais marcas do segmento têm feito para adotar práticas mais sustentáveis e reduzir seus impactos ambientais, aderindo aos princípios ESG (Environmental, Social and Governance).

Um dos maiores desafios, porém, é a falta de informações fornecidas pelas empresas do setor. Segundo o “Índice de Transparência da Moda Brasil”, relatório realizado anualmente pela Fashion Revolution, além da falta de transparência sobre a quantidade de peças produzidas, 90% das empresas não divulgam resultados de testes de efluentes de seus fornecedores.

Também faltam dados sobre o volume de resíduos gerados. Das empresas analisadas, 82% não divulgam a quantidade de resíduos de pré-produção (sobras, aparas, fios, finais de rolos de tecidos) e 88% não publicam o montante de resíduos de pós-produção.

No âmbito social, os desafios não são menores. Difícil quem não se lembra dos escândalos na mídia envolvendo diversas empresas que tiveram suas marcas ligadas a situações de trabalho escravo ou condições análogas à escravidão.

“A implementação de práticas ESG vai além da simples criação de políticas e procedimentos. Ela requer uma transformação cultural profunda, uma mudança na mentalidade de líderes e colaboradores. Somente quando líderes e colaboradores compreendem seu papel como agentes dessa transformação e internalizam essas práticas em suas atividades e decisões cotidianas, ESG deixa de ser uma ‘prática’ e se torna parte do DNA da organização”, destaca Thais Blanco, fundadora da THBlanco Gestão da Transformação e sócia-fundadora da Evolure Consultoria.

Por fim e não menos importante, a governança corporativa responsável ajuda a garantir que as empresas atuem de maneira ética e justa, incluindo aspectos como diversidade, inclusão e equidade de gênero. Para o varejo de moda, o maior desafio em relação à governança está na relação com fornecedores, clientes e funcionários.

Record TV
Para falar dos 70 anos de existência da Record TV, o propmark ouviu Luiz Claudio Costa, presidente do Grupo Record, e o superintendente-comercial e multiplataforma Alarico Naves, que analisaram a evolução da marca na TV brasileira e os próximos passos rumo ao futuro.

“Vivemos um novo momento da mídia no Brasil, no qual o consumo de hoje é diferente do que tínhamos 70 anos atrás. A Record vem inovando constantemente e se aproximando do espectador por meio dos nossos diversos canais multiplataforma, que, de uma maneira integrada, propõem uma experiência mais completa ao nosso público”, disse Naves.

Frase: “Eu me lembro do Garrincha explicando por que só chutava com o pé direito: ‘Se eu chutar com os dois, eu caio’.’’ (Citação tirada do livreto “Memorando”, de Geraldo Mayrink e Fernando Moreira Salles, edição Companhia das Letras).

Armando Ferrentini é publisher do propmark