O consumo multicanal agora é parte fundamental das nossas vidas, e segundo uma pesquisa feita pelo Google, tudo indica que até o ano de 2025 o comércio omnichannel no Brasil irá crescer cerca de 30%.
Uma das grandes mudanças comportamentais acentuadas pela pandemia da Covid-19 foi a racionalização do consumo. O novo consumidor passou a priorizar o essencial, o que por consequência diminuiu as compras por impulso. Com o orçamento reduzido, as decisões de compra passaram a ser mais racionalizadas.
Ao mesmo tempo, somos mais permissivos com nós mesmos, o que significa que pensamos menos no futuro e mais no agora, o que também é resultado da incerteza. Esse cenário apresenta grandes oportunidades para o segmento de alimentos e bebidas, pois podem utilizar desse comportamento para criar ofertas.
Outro ponto de atenção para as marcas é a necessidade de integrar a jornada online e offline do cliente. Segundo dados de um estudo realizado pelo Google, 67% dos consumidores brasileiros não se importam com o lugar onde compram (online ou offline), desde que possam obter o produto que desejam.
É importante eliminar o pensamento de que o e-commerce é uma plataforma separada das lojas físicas. Ao contrário, é preciso entender que o sucesso de uma marca está diretamente atrelada a experiência que conseguem oferecer para o consumidor, independente do canal escolhido para realizá-la.
Neste sentido, é importante reconquistar a confiança do público para que voltem a frequentar as lojas físicas sem medo.
Os consumidores se mostram cada vez mais atentos a fatores como o impacto ambiental, responsabilidade social e eficiência das suas compras, tanto no ambiente online quanto no offline.
Isso significa que a atenção está redobrada nas práticas das empresas durante todas as etapas da cadeia produtiva - desde a produção até a entrega. Esse público final não compra apenas um produto, ele compra os valores da marca. Sendo assim, estão mais dispostos a participar de seus boicotes e também a pagar mais caro por um produto de uma empresa que representa e luta por uma causa.
Não existe mais a preocupação de consumir uma marca específica, o que o público deseja é encontrar uma opção confiável para o momento da compra. Não à toa, os principais gatilhos de compra de bens de consumo são o estoque e a reposição de produtos.
Nesse sentido, as marcas estão sendo forçadas a pivotar novas soluções para o consumidor para que possam acessar os seus produtos de maneira mais fácil. O mundo virtual e o mundo digital colidiram no ano de 2021. Com isso, os consumidores estão aderindo a espaços digitais de realidade imersiva para socializar com as suas comunidades. Marcas que estão no centro desse movimento para o metaverso não só transmitem uma mensagem clara de inovação, como também conquistam maior espaço nesses ambientes digitais.
Isso representa novas oportunidades de gerar receitas adicionais por meio da venda de produtos nos ambientes físico e online à medida que o acesso a esses ambientes digitais se expande. Vale lembrar que os consumidores que já interagem nesses ambientes imersivos passarão cada vez mais tempo inseridos nessas realidades geradas por computadores.
Assim, conforme o número de consumidores que habitam esse metaverso aumenta, as marcas deverão se adaptar para que sejam capazes de aumentar o reconhecimento de marca e gerar receita nesses ambientes virtuais.
Barbara Oliveira é analista de estratégia e marketing da agência SA365