Como sabemos, os publicitários são mestres em criar slogans que entram para a cultura popular. São inúmeros os bordões criados pela publicidade brasileira, como “Dedicação total a você”, que inclusive foi resgatado recentemente pela Casas Bahia; “Não é assim uma Brastemp”; “Feito para você” (Itaú) e por aí vai... Outra qualidade intrínseca desses profissionais é a de enxergar oportunidades.

Tem sido assim com a Black Friday, que neste ano ocorre nesta sexta-feira (24). A data promocional entrou para o calendário do varejo e se tornou uma das mais importantes para vendas, ao lado do Natal. Embora tenha origem nos Estados Unidos, a Black Friday foi aos poucos se consolidando no Brasil (a primeira edição em solo brasileiro foi realizada em 2010), exatamente devido à publicidade.

Sete em cada dez brasileiros pretendem comprar durante a Black Friday e querem ver na televisão mais anúncios de marcas com produtos e ofertas exclusivas, informa a Globo, que neste ano repete o projeto “Vem que tem”, programa em formato de vendas na TV aberta focado nas ofertas da Black Friday.

Como mostra reportagem nesta edição, a publicidade é mais do que aliada para a difusão de ofertas. Ela é a ferramenta que fomenta a concorrência por preços mais competitivos e para as múltiplas formas de pagamento. Dos canais tradicionais aos digitais, passando por plataformas (Instagram, YouTube, Google, Facebook e TikTok), websites, e-commerces, retail, influencers e ações promocionais, a propaganda se configura na BF como a alma do negócio.

Neste ano, a expectativa do varejo é de que o movimento seja capaz de superar as vendas de R$ 7,9 bilhões de 2021. A edição de 2023 tem tudo para superar esse marco, levando em conta a antecipação das campanhas publicitárias das marcas, que já entraram em campo para anunciar suas ofertas.

O Mercado Livre, por exemplo, declara que o investimento em mídia em 2023 será 50% maior do que em 2022, além de 137% a mais em cupons. Junto com o Mercado Pago, a marca realizou a pesquisa “Panorama de consumo da Black Friday 2023” com seus clientes para identificar o comportamento do consumidor para a data. Um dos dados que mais chamam a atenção é o otimismo dos clientes.

“Oito em cada dez entrevistados afirmam estar dispostos a comprar na Black, enquanto seis em cada dez disseram que começaram a pesquisar preços já em setembro para se programarem para a data. Outro ponto relevante diz respeito ao ticket médio dos consumidores, 50% dos respondentes estão dispostos a gastar mais este ano versus 2022”, diz Thais Nicolau, diretora de branding Latam do Mercado Livre no Brasil.

O Google, que monta uma estrutura de “guerra” na Black Friday para apoiar marcas e agências nas estratégias, também está otimista e aposta que esta temporada da BF será a melhor desde a pandemia. “As nossas últimas pesquisas mostram que o brasileiro está mais confiante sobre sua situação financeira, e tem uma intenção de compra maior em quase todas as categorias, em comparação ao ano passado”, pontua Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o varejo do Google no mercado brasileiro.

Consciência negra
Para marcar o Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), o propmark ouviu líderes de agências, que compartilharam os desafios, avanços e projetos voltados para a inclusão racial. A reportagem também consultou especialistas para falar sobre o papel da publicidade para dar espaço a vozes pretas.

“A indústria de publicidade e as agências desempenham um papel muito relevante na construção de narrativas culturais. Dessa forma, torna-se fundamental que assumam o compromisso de promover representações responsáveis, justas e respeitosas de grupos diversos”, declara a professora Antonia Aparecida Quintão, orientadora de pesquisas sobre diversidade racial nas organizações na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Frase: “Quando a burrice manda, a suprema burrice é ser sábio.” (Millôr Fernandes)

Armando Ferrentini é publisher do propmark