De um lado, estar presente em redes sociais, oferecer suporte pelo site ou por WhatsApp e estabelecer um relacionamento com o usuário já não são pontos suficientes para se manter competitivo entre as empresas. Dentre as tendências do marketing digital, a que parece ser a mais óbvia está no desempenho dos vídeos rápidos entre os usuários. Um estudo do Vidmob não deixa dúvidas: filmes com até 5 segundos tiveram uma taxa de conversão 167% maior se comparada aos formatos mais longos.

Prova da importância dos vídeos curtos para o negócio está no crescimento exponencial do TikTok no último ano, que chegou a atingir a marca de mais de 1 bilhão de usuários ativos mensais no mundo.

Mas posso afirmar que as marcas que contarem apenas com essa estratégia no digital vão perder um perfil importante de pessoas - que é justamente aquele que é consciente de seu papel como agente transformador da sociedade.

Num cenário de desconfiança nas instituições como o que vivemos atualmente, conteúdos apresentados em formato de artigos, posts em blogs, estudos de caso, podcasts e vídeos com mais de 10 minutos, que apresentam uma pesquisa minuciosamente verificada e com uma entrega cuidadosa, também serão essenciais para construir marca a médio e longo prazo, além de conquistar a confiança de um público que busca conhecimento.

Relacionado à liderança de pensamento, esse material mais aprofundado permite às marcas compartilhar conhecimento e envolver a comunidade de seguidores, melhorando a própria reputação, sobretudo nas suas áreas de atuação.

Mais do que inspiração, esse conteúdo (também chamado de slow content) precisa trazer para o consumidor informações sobre o mundo real: aspectos positivos e negativos de um tema,  por que é relevante para o momento; de que maneira pode contribuir com o dia a dia e como aplicá-lo, por exemplo. Com isso, as pessoas passam a ter uma relação de confiança com quem o publica, trazendo para a marca uma base de seguidores mais sólida e ativa do que aquelas geradas por algoritmos.

Enquanto os conteúdos mais rápidos e produzidos em grande volume captam rapidamente a atenção do público e trazem visibilidade no curto prazo, o slow content pode proporcionar uma imersão maior do usuário com a marca, permitindo às empresas criarem relações mais profundas e de longo prazo com seus clientes.

Luísa Bernardes é Chief Product Officer da Neil Patel Brasil