A tecnologia tem sido um fator determinante para o sucesso dos negócios. Ela otimiza processos, amplia possibilidades e transforma a maneira como criamos e nos conectamos.
No entanto, quando falamos de emoção, vivência e autenticidade, o humano continua sendo insubstituível. A inteligência artificial (IA) pode simular sentimentos, criar narrativas envolventes e elevar produções a um patamar visual impressionante, mas a verdadeira experiência emocional ainda pertence à vivência humana.
O papel da IA na criação e na publicidade
A inteligência artificial aplicada à mídia e ao entretenimento deve atingir um valor de mercado de US$ 121,99 bilhões até 2032, segundo estimativas da Straits Research. Em 2023, esse valor era de US$ 15,11 bilhões, demonstrando um crescimento acelerado.
Esse número mostra que a IA não é apenas uma tendência, mas uma ferramenta que está transformando o setor audiovisual e publicitário.
E é inegável que a IA pode elevar a produção de conteúdo a um novo patamar. Ela possibilita criar filmes publicitários sofisticados, simular emoções de maneira convincente e engajar audiências de forma estratégica.
Um exemplo disso é o recente filme da Porsche, que demonstrou como a IA pode ser usada de maneira brilhante para contar histórias e emocionar o público.
Mas, por mais impressionante que seja, ela não substitui a vivência real.
O contraponto: a captação da experiência autêntica
A IA pode reproduzir emoções e criar narrativas envolventes, mas a experiência genuína — aquela vivida em um festival, um show ou um evento de marca — ainda é exclusivamente humana. A energia de um público vibrando ao vivo, a espontaneidade de uma reação autêntica e a complexidade das interações humanas permanecem fora do alcance da tecnologia. O avanço da inteligência artificial vem ampliando as possibilidades na criação de conteúdo, permitindo refinamento e otimização na produção audiovisual.
No entanto, a captação da emoção real ainda depende da vivência humana, do olhar atento para momentos espontâneos e da sensibilidade na construção de histórias que verdadeiramente conectam.
O desafio está em equilibrar inovação e autenticidade, garantindo que a tecnologia complemente, mas não substitua, a essência do real.
O real time continua humano.
Ativações em tempo real são um dos melhores exemplos da interseção entre tecnologia e sensibilidade. Em eventos ao vivo, a IA pode auxiliar acelerando processos e otimizando edição, mas a captação autêntica ainda depende do olhar humano.
O real time é, por definição, um reflexo da vivência humana em sua forma mais espontânea.
Imagine um festival como o Rock in Rio, onde uma produtora precisa atender a diversas marcas com estéticas e propósitos diferentes.
A IA pode auxiliar na edição e no processamento de imagens, mas o feeling para capturar aquele momento específico que emociona, o olhar para o detalhe que realmente importa, é uma habilidade humana.
Encontrar esse equilíbrio é essencial. A IA é uma ferramenta poderosa, mas a alma do conteúdo ainda vem das pessoas.
Histórias que realmente engajam, que criam conexões profundas e deixam memórias são aquelas vividas e sentidas por seres humanos.
A tecnologia avança rapidamente e a IA tem um papel relevante no mercado audiovisual e publicitário. No entanto, seu maior valor está em potencializar a criatividade humana, não em substituí-la.
Égon Marzullo é CEO da Sand