Na semana passada, fui um dos palestrantes do evento Expo Forum 2024, organizado pelo SPC&VB (Visite SP) e pela Secretaria de Turismo da cidade de São Paulo. O objetivo do evento foi a discussão produtiva de meios para estimular o turismo na cidade de São Paulo.

De fato, a cidade de São Paulo, considerada a Nova York do Hemisfério Sul, tem atrativos para trazer turistas domésticos e internacionais em número bem maior do observado atualmente.

Seja pelos seus equipamentos culturais, sua gastronomia diversificada, sua programação intensa de eventos corporativos, artísticos, musicais e esportivos e, principalmente, por ser um centro de negócios de primeira grandeza na América Latina, a cidade tem potencial para atrair públicos de diferentes origens e interesses.

O que acontece, porém, é que o fluxo de turistas em São Paulo está aquém da expectativa, bem abaixo de outros destinos mais estruturados. Por isso, esses eventos de discussão e capacitação para o turismo são tão importantes.

Um dos painéis do evento contou com a visão de publicitários experientes, como Luiz Lara (Cenp e TBWA), Fernando Piccinini (Rino) e Milton Cebola Mastrocessario (Grupo For), expondo ideias para dinamizar o turismo
em Sampa.

Sob o slogan ‘São Paulo é tudo de bom’, foram apresentadas campanhas e ideias promocionais que precisam ser efetivadas numa frequência e alcance maiores para competir com outros destinos.

O turismo é um gerador de receitas excepcional, movimentando diversos setores. E os eventos cumprem um importante papel nessa movimentação de negócios.

O GP São Paulo de Fórmula 1, por exemplo, é um desses movimentadores poderosos.

Mesmo sem piloto brasileiro competindo, o evento atraiu um público de 217 mil pessoas na sua última edição, realizada no início de novembro do ano passado.  De acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o impacto econômico do evento foi de R$ 1,64 bilhão para São Paulo, o que representa um aumento de 12,9% em relação a 2022, que teve R$ 1,37 bilhão.

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior do mundo, é outro fenômeno de movimentação de pessoas e de geração de negócios.

Estima-se que a semana da Parada atraia 3 milhões de pessoas, com impacto econômico direto de 500 milhões de reais.

E por falar no público LGBT, o Expo Forum apresentou também programas de capacitação de profissionais para o turismo LGBTI+, além de focar ainda outros grupos minorizados, como os negros (Afroturismo) e PcDs (Turismo acessível e inclusivo) e programar um painel para discutir a força feminina.

A minha apresentação no evento focou a importância da aplicação de critérios ESG também no turismo e nos eventos.

O momento dramático que estamos vivendo, com a tragédia climática no Sul do Brasil, serviu de pano de fundo para enfatizarmos a necessidade de um engajamento de toda a sociedade para reverter o processo de degradação do meio ambiente e os consequentes desastres ambientais que presenciamos numa frequência assustadora.

Mas o foco maior ficou mesmo no pilar “S” (de Social) da sigla, com ênfase na necessidade de capacitação para estarmos aptos a receber bem os públicos minorizados, que, juntos, representam um potencial imenso para o turismo da capital de São Paulo.

Ou seja, se não for por um sentido mais elevado de consciência, que seja então pelo potencial econômico.

É o que tenho sempre dito dos meus artigos: a aplicação dos critérios ESG não é excludente ao lucro.

Ao contrário, uma atitude mais consciente e inclusiva pode gerar bons resultados econômicos.

A nossa São Paulo, tão diversificada e plural, merece discussões de alto nível, como as que aconteceram nesse evento. Que venham outras!

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br