Todo fim de ano é assim: a TV, os jornais e as revistas fazem uma retrospectiva dos grandes acontecimentos do ano no Brasil e no mundo; plataformas de streaming, como Spotify e Deezer, trazem as músicas mais tocadas; o Google revela os termos mais buscados na internet; e a Pantone apresenta a cor do próximo ano, que em 2024 será a ‘Peach Fuzz’, simbolizando “serenidade” e “calor reconfortante”, o que certamente acabará virando tendência e ditando moda.

A lista não acaba por aí, mas já é o suficiente para se ter uma ideia de como somos impactados pela mídia com esse tipo de conteúdo. Todo mundo já espera por isso. É uma tradição, quase que mandatório. E pronto! Está instalado o clima de saudosismo, do momento de fazer um balanço do ano e preparar a lista de realizações para o próximo.

No mercado publicitário, não poderia ser diferente. Nesta edição, o propmark apresenta uma reportagem especial com uma retrospectiva dos principais fatos, movimentações de contas, de negócios e de talentos na comunicação brasileira. Apontada como a expressão do ano pelo Dicionário Collins, a IA (inteligência artificial) foi o tema do ano também na indústria que move todas as demais indústrias.

Com um cenário político e econômico complexo diante do novo governo brasileiro que tomou posse em janeiro de 2023, a apreensão tomou conta do mercado ao longo do ano, alguns investimentos foram postergados, mas o saldo foi positivo.

O Brasil somou R$ 14,9 bilhões em compra de mídia nos primeiros nove meses de 2023, alta de 9,8% em relação ao montante de R$ 13,6 bilhões investidos entre janeiro e setembro de 2022, segundo o Cenp-Meios em seu último relatório do ano.

Os objetivos dos players do mercado foram cirúrgicos em 2023: os veículos buscam atuação multiplataforma, os anunciantes querem se conectar aos consumidores de forma cada vez mais autêntica e e as agências perseguem um modelo de trabalho que garanta resultados aos clientes. A pauta ESG, que traz os princípios do compromisso com o meio ambiente, social e governança, também esteve presente com força no ano, com todos querendo mais diversidade e inclusão nas empresas.

2023 foi marcado ainda pelos pedidos de recuperação judicial de grandes companhias, o que provoca impactos diretos no investimento publicitário. A começar pela Americanas, que reportou rombo contábil de R$ 20 bilhões em janeiro e, posteriormente, admitiu que a dívida é de R$ 43 bilhões. Engrossam a relação Grupo Petrópolis e SouthRock Capital, que comanda Starbucks, Eataly e Subway no Brasil.

Falando sobre notícias positivas, destaque para a conquista dos 92 Leões pela publicidade brasileira no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, a mais importante premiação global da indústria da comunicação, realizada em junho, na Riviera Francesa. O desempenho do Brasil foi um dos melhores nos últimos anos, se mantendo no top 3 dos países mais premiados.

Já no fim do ano, a movimentação em agências foi intensa. Primeiro, com o anúncio da fusão entre as agências do WPP VMLY&R e Wunderman Thompson, dando origem à gigante VML, que passa a contar com mais de 30 mil funcionários de 64 países. A nova agência começa a funcionar a partir de 1º de janeiro de 2024. No Brasil, o comando será de Karina Ribeiro (veja matéria nesta edição). No Publicis Groupe, houve troca de comando na Leo Burnett Tailor Made, com a saída de Marcelo Reis e a chegada de Fernando Diniz, que estava na DPZ. Na WMcCann, Renata Bokel foi anunciada como CEO a partir de março de 2024, no lugar de André França, que deixa a agência do IPG.

Esta é a última edição do ano do propmark, que volta a circular em 8/1/2024. Durante esse intervalo de duas semanas, o site propmark.com.br será atualizado normalmente. Agradecemos a todos os nossos parceiros, anunciantes e leitores pela preferência em 2023. E desejamos um Feliz Natal e próspero Ano Novo a todos!

Frase: “A única - única - razão de ser de um negócio é criar, conquistar e preservar clientes; todo mais é decorrência.” (Peter Drucker).

Armando Ferrentini é publisher do propmark