Uma das experiências mais buscadas e desejadas por todos é certamente a viagem. Acredito que você, assim como eu, estava com síndrome de abstinência de viagens, por conta desses dois anos de pandemia. É natural, portanto, que no primeiro sinal de distensão das restrições de viagens, a gente busque matar a vontade represada. Foi assim comigo.

Aproveitando a liberação de viagens e o momento de festas de fim de ano, lá fomos nós programar uma viagem. E, de cara, a gente sente que a coisa não é tão simples assim. Cada país impõe as necessidades à sua maneira.

Fomos para Portugal e Espanha. Para cada um deles é preciso fazer uma declaração de saúde (por que não um para a comunidade europeia?). É simples, online, mas é preciso ter todos os dados à mão, inclusive endereço no destino, lugares do voo etc.

Além da declaração, é preciso estar com a vacinação contra Covid ok e realizar um teste para comprovar que não está infectado. Programamos nossa viagem para começar pela Espanha, depois Portugal e terminar pela Espanha outra vez.

A cada entrada no país, novo procedimento completo. Estamos mais testados que ratos de laboratório. O teste de antígenos - mais simples - deve ser realizado nas 48h que antecedem os voos. Mas, atenção, para voltar ao Brasil, o teste de antígenos deve ser nas 24h que antecedem o voo.

Hotéis, algumas lojas, bares, restaurantes e museus também pedem os documentos comprobatórios de saúde.

Protocolos se intensificam com viagens (Johan Van Wambeke/Unsplash)

Bem, depois de dias indo para lá e para cá e com a dificuldade de encontrar locais para realização de testes sem filas (atravessamos um período mais complicado: Natal e Ano Novo), a experiência da desejada viagem começa a ser incômoda.

Mas nada que impeça os passeios e as visitas por belíssimos locais pelo mundo velho. Até que precisamos mudar um trecho de voo com a TAP.

E aí a experiência desanda. É simplesmente impossível completar uma operação de mudança com a companhia aérea. Nos telefonemas de horas, você até consegue falar com uma pessoa de triagem, mas nunca chega ao que vai resolver seu problema.

Resultado: quase perdemos um voo de véspera de Natal, correndo risco de passar a noite de Natal no aeroporto de Sevilla. Problema - mal - sanado aos 45 do segundo tempo, com direito a um bom estresse de presente natalino.

A TAP está precisando descobrir o que é UX ou CX. Bem, mas a viagem continua e o encontro com queridos amigos na noite de Natal na terrinha compensa tudo.

Aliás, o prazer da viagem supera esses perrengues. Supera inclusive o cancelamento da noite de Réveillon, por conta da variante Ômicron, substituída por uma simpática festa intimista na casa dos amigos neoportugueses.

Mas o ponto que quero focar neste primeiro artigo de 2022 é traduzido por uma pergunta: será que já é hora mesmo de viver a experiência da viagem internacional? Bem, escrevo este artigo ainda em Madrid, de onde sairei nos próximos dias de volta para o Brasil.

E eu diria que, apesar das limitações e perrengues impostos pela pandemia insistente, dá, sim, para pensar em viagens. Mas, se me permite, aí vão três dicas para tornar sua experiência mais agradável:

1- pense em visitar somente um país (lembre-se dos procedimentos e testes necessários para cada entrada em um país);

2- procure saber as limitações no seu destino (há países prevendo fechar museus, restaurantes e espaços de aglomeração);

3- escolha bem a companhia aérea. Ou então viaje pelo Brasil mesmo, curtindo as belezas do nosso país. A economia precisa dessa movimentação e torcemos para que tudo se normalize o mais rápido possivel.

Não só pensando nas nossas experiências pessoais, mas no trabalho de milhares de profissinais que dependem da indústria do turismo e do entretenimento. Boas experiências para você em 2022!

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) / alexis@ampro.com.br