Apesar dos pesares, o mercado publicitário brasileiro tem dado nos últimos dias sinais de recuperação, o que é ótimo para todos nele envolvidos, inclusive e principalmente para os anunciantes, que só têm a ganhar com as agências que os servem voltando a se fortalecer.

Entre todas as interpretações que se queira dar ao fato, a mais importante a nosso ver é que a propaganda se tornou indispensável para as empresas e seus empreendimentos, tornando-se não raro o braço direito de um sucesso empresarial.

Sob esse aspecto, é uma pena a muito se lamentar que o atual governo federal ainda não tenha percebido isso, entregando a pessoas sem muita experiência na área a responsabilidade pela sua comunicação.

A Presidência da República deveria seguir o exemplo do governo paulista, que – talvez pelo governador ser do ramo – tem dado boas demonstrações de como usar e lidar com o ferramental publicitário ao seu alcance, possibilitando com isso deixar a população bem informada e motivada para os esforços coletivos do dia a dia, o que acaba proporcionando ótimos resultados para todos.

Observe o leitor como os países mais adiantados têm se valido da comunicação publicitária na pandemia, fazendo com que sejam diminuídos os números de vítimas fatais da Covid-19 e da mesma forma o número de internações hospitalares.

Enquanto isso, aqui no Brasil, batemos o recorde de mortes em um só dia (na semana passada), além de estarmos com os hospitais trabalhando com carga máxima, o que só “beneficia” a pandemia.

Tivéssemos uma crença oficial maior na força da propaganda, principalmente recrutando empresas e profissionais do setor, com larga experiência em lidar com a comunicação e sua qualidade, muito provavelmente não apresentaríamos números tão alarmantes sobre a pandemia, como nestes últimos dias.

Os nossos governos precisam aprender que a propaganda é realmente a alma do negócio, seja ele qual for, mesmo em se tratando de uma tragédia como a que estamos vivendo aqui no Brasil, principalmente, onde até a aplicação das vacinas na população sofre um processo burocrático confuso e desnecessário.

Mais comunicação (informação) e menos confusão é o que se pede e é do que precisamos neste momento, além de mais vacinas, mais recursos hospitalares e maior atenção do poder público para uma tragédia jamais vista nas proporções atuais em nosso país.


Não é à toa que a nossa matéria de capa aborda, com precisão, o enfraquecimento da marca Brasil, agonizando diante da falta de planejamento e de estratégia.

Kelly Dores, nossa editora-chefe de Redação, chama-nos a atenção para um trecho dessa importante matéria que bem retrata o país de hoje: “Ameaças à Constituição, mortes por Covid-19 que poderiam ter sido poupadas, falta de coordenação política para a vacinação, clima de hostilidade e descaso com a ciência e o meio ambiente seguem manchando a imagem de um país que só avança pela força e resiliência do próprio povo. Mas ainda há quem acredite no futuro de uma nação que tem no futebol e no Carnaval traços inerentes à sua identidade. Vocação nata do DNA brasileiro e principal asset do mercado publicitário, a criatividade é apontada como um dos pilares capazes de erguer a imagem do Brasil, o 16º país mais valioso do mundo, segundo ranking da consultoria britânica Brand Finance. O valor estimado é de US$ 764 bilhões, queda de 15% em relação ao relatório apurado em 2019”.

É preciso dizer mais?


Chamamos a atenção dos nossos leitores sobre a matéria a respeito da ESG, sigla que incorpora conceitos de sustentabilidade na análise de investimentos em empresas, negócios e produtos. O tema será assunto central de um fórum organizado pela XP Investimentos e terá conteúdo específico nas plataformas digitais do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, criado lá atrás pelo hoje governador de S. Paulo, João Doria.


Imperdível a matéria sobre a nova agência de Guilherme Jahara (ex-SunsetDDB), Dark Kitchen Creatives, operação independente que ele lança ao lado de três sócios. Guilherme Jahara tem sido, ao longo dos últimos tempos, um dos mais queridos e eficientes publicitários do nosso mercado, dito por nós e corroborado por muitos profissionais.


Nesta edição, matéria sobre a Cine, que vai mudar de endereço. Deixará a famosa casa da Avenida Rebouças, próximo à Faria Lima, onde esteve por 25 anos, para se acomodar na Vila Nova Conceição. Junto à mudança de endereço, a Cine apresenta ainda a atualização da logomarca da produtora, criada – nada mais, nada menos – pela AlmapBBDO.


Em uma despedida sentida, Fernanda Lopes nos conta que após quase 9 anos deixa a Leo Burnett, onde era, por assim dizer, alma e corpo da agência no campo das relações pessoais com os clientes, fornecedores e amigos da agência da maçã.

É ela quem afirma: “Em breve começo um novo desafio profissional, mas a agência da maçã sempre estará em meu coração, certamente representando um período profissional muito importante e de muito conhecimento, reconhecimento e aprendizado”. A seu pedido, transcrevemos o seu e-mail pessoal: felopescomunicacao@gmail.com.

Pela profissional que sempre foi e prosseguirá sendo, merece todo este apoio em nosso editorial desta edição.


A Editora Referência já está concluindo o planejamento para lançamento do Marketing Best 2020/2021, tradicional premiação dos mais valiosos cases do mercado nesse período. Um júri especialmente convidado, não pertencente à nossa organização, será em breve divulgado ao mercado.


Falando em datas, 21 de maio se aproxima, com o PROPMARK então comemorando 56 anos de circulação ininterrupta.


Esta não é exatamente uma notícia publicitária, mas merece ser transcrita como exemplo de que o poder público não pode tudo: o governo do Estado de São Paulo anunciou o arrendamento do Zoo, do Safari e do Jardim Botânico por 30 anos, a R$ 111,5 milhões e exigindo um investimento mínimo do arrendatário da ordem de R$ 369,5 milhões.

Governo é para governar, o que já é muito, não para tomar conta de atrações como as três acima citadas.