Os dados estão diariamente na mídia, mostrando que o Brasil caminha para uma população de idosos. Recentemente (27/10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Censo 2022, mostrando o quanto o Brasil envelheceu e segue envelhecendo.
Os dados registram que a idade mediana da população brasileira é de 35 anos, e que os idosos (65 anos ou mais) já são 10,9% da população do país, que conta hoje com 203 milhões de pessoas. Só o percentual de centenários subiu 55% em apenas 12 anos.
E qual o papel de cada um de nós nesse ecossistema para minimizarmos esse impacto? As tecnologias e as inovações em saúde, aceleradas pela pandemia da Covid-19, estão aí nos dando insigths e nos ajudando com antecipação de diagnósticos e prevenção.
Os novos modelos de atendimento omnichannel são exemplos disso, assim como o uso de dados e de inteligência artificial, que já estão disponíveis para o uso diário na medicina, oferecendo mais agilidade na prestação dos serviços e acuracidade nos diagnósticos e tratamentos.
Nessa jornada complexa, é imprescindível o comprometimento de marcas, empresas, instituições governamentais, imprensa, da mídia em geral e, claro, de cada pessoa individualmente. Todos podem e devem contribuir. O primeiro passo, sem dúvida, é a informação.
Saúde mental, vacinas, ageísmo, doenças crônicas, todos esses temas certamente estarão cada vez mais presentes na nossa rotina.
Então, antes de tudo, é necessário termos informações de credibilidade e parceiros que nos ajudem a fazer parte dessa comunicação de saúde de forma responsável e assertiva.
Atualmente, cresce o interesse em soluções para determinados públicos: de segmentação etária até grupos com necessidades específicas. Pois é chegada a hora de se olhar também para as pessoas de idade avançada de uma maneira mais consistente e combatendo o etarismo. O tema saúde, embora seja de interesse de todos, pode estar mais presente na comunicação com o público de mais idade, uma vez que este é muito atento e sedento por informações e ações de bem-estar e qualidade de vida.
Vale lembrar que nessa população os médicos estão presentes. E isso é um ponto de atenção importante, pois, com o envelhecimento e aposentadoria deles, há também uma possibilidade para mais ofertas de serviços de saúde e suporte ao paciente.
É com esse olhar – menos para a doença e mais para a saúde – que precisamos nos voltar para engajar mais o público 50+, 60+, 70+, 80+, 90+ e, sim, 100+. Trabalhando com a informação, marcas, empresas, organizações em geral podem contribuir para a informação, o diagnóstico precoce e a prevenção.
Mesmo no caso de pessoas acometidas por uma determinada patologia, é possível o desenvolvimento de ações que suportem o gerenciamento dessa jornada, tornado-a menos árdua, quer seja por meio de informação sobre tratamentos disponíveis, acesso a medicamentos mais eficazes, equipes multidisciplinares eficientes ou programas de saúde e bem-estar.
Para dar um exemplo de como pode se dar essa conversa, já se sabe que pessoas com algumas doenças graves podem ter sua condição muito melhorada com algumas mudanças de estilo de vida, como dieta adequada, equilíbrio emocional e atividade física.
Diversas marcas podem participar desse processo de mudança, e não somente as do segmento de saúde, mas também as do setor alimentício, de vestuário, passando por empresas do mercado financeiro e muitas outras.
Esse olhar para a longevidade de uma maneira mais prática e mais participativa, além da importância dada ao tema, resulta na equação de uma sociedade mais saudável e, talvez um ecossistema de saúde mais equilibrado.
Até porque, temos de lembrar que nós, em maior ou menor grau, somos todos pacientes.
Theresa Monteiro é head da YuzuYello no Brasil, empresa do Grupo IPG Health
theresa.monteiro@ipghealth.com