De Houston para Austin, vou de Embraer 170. 120 pessoas e um voo muito tranquilo. A terceira maior fabricante de aviões do mundo é brasileira.

Baita orgulho que dá do Brasil nesses momentos, para compensar o negacionismo que tomou conta de um terço da população e lutas insanas a favor de arma e contra as vacinas.

No festival de inovação e tecnologia com o nome mais difícil de se pronunciar, se fala muito português. Nas ruas e nas salas o português é ouvido o tempo todo. Mostra a vontade que temos em inovar, em estar perto da inovação e quem sabe, ser um dos seus agentes.

Chego e me deparo com uma realidade. Já perdi pelo menos umas 50 palestras em apenas um dia. As cinco que assisti foram ótimas, mas é impossível acompanhar tudo. E, fico sabendo que agora você não precisa se sentir culpado por isso. Pelo contrário. Abrace as suas incapacidades e limites.

O ser humano, cada vez mais humano, é talvez o que nos resta, já que a inteligência artificial chegou pra ficar de fato.

Ouvi uma palestra sobre como a Paramount está introduzindo a Inteligência Artificial em seu processo produtivo e criativo. Lip-sink em diversas línguas em dublagem de seus filmes é algo incrivelmente útil e esperto. As locações com estúdios que simulam, em uma realidade de imagem incrível, alguns cenários de difícil acesso, facilitando a produção e viabilizando-a.

Sabemos que AI é ferramenta. Existem mais de 12 mil AI, para 8 mil tarefas. Será que vamos criar uma AI para fazer a curadoria de qual AI usar?

Entre nesse link e surpreenda-se com a quantidade e variedade de inteligências artificiais.

Demoraria 15 anos para você experimentar todas e ter uma opinião. E ao final, seriam mais de 30 mil Ais. AI é a pedra de Sisifo. Não adianta nem tentar ficar culpado por não ser o cara da inovação. A inteligência artificial, como ferramenta, trabalha e o comunicador entende dos seres humanos e quais botões apertar.

Na agência já estamos trabalhamos com inteligência artificial pelo menos há dois anos e ela tem ajudado a facilitar muito o trabalho pesado e ajudado a polir e brilhar o trabalho de criação que fazemos. Mas é ferramenta. E detalhe, os profissionais mais experientes gostam mais de usar a AI. Até porque para ela te ajudar de verdade, você precisa se expressar em inglês ou português de maneira técnica, com estilo e com um ótimo vocabulário. Quem lê bem e escreve, sai em vantagem.

Estou aguardando aqui a próxima palestra e pensando que enquanto não chegar o computador quântico, para rodar uma AI, tá tudo certo. Afinal, a computação quântica vai pressupor dualidade e não vamos nunca entender o que o computador está pensando realmente. O princípio quântico é esse, a incerteza de posições.

Mas não sei se vai demorar muito, a próxima palestra fala sobre a computação quântica em funcionamento hoje.

Conto depois.

Flavio Waiteman é CCO-founder da Tech & Soul (flavio.waiteman@techandsoul.com.br).