O South by Southwest (SXSW) é o lugar certo para entusiastas de tecnologia e inovação de diversos setores. Esta é uma chance ímpar para se conectar com novas tendências e ideias disruptivas, que moldam a experiência de pessoas ao redor do mundo. A expectativa desta edição difere um pouco das outras marcadas pela futurologia, pois a inteligência artificial (IA) é uma realidade agora, sendo possível nos deparar com projetos nos quais ela esteja sendo aplicada, e formas de como escalar as inovações, assim como sua implementação em diversos tipos de negócios. Mas, não é só isso.

A IA está mudando a forma de como é realizado o marketing dentro das empresas e fora dela, sendo esta, inclusive, uma das áreas com maior possibilidade de apropriação da tecnologia em prol de projetos mais assertivos. Para se ter uma ideia, segundo levantamento do Gartner, até 2025, três em cada dez mensagens de marketing enviadas por organizações de grande porte serão geradas sinteticamente. Em 2022, esse número era menor que 2%.

Além disso, o uso de inteligência artificial atrelado ao Machine Learning está sendo destaque nas conversas do SXSW. Como CMO da Cogna, vejo como podemos aprimorar cada vez mais o uso das inovações em nossas operações. Parte desse esforço está em compreender os pontos principais apresentados neste festival, que apresenta informações e dados para promover diversas discussões. Abaixo compartilho com vocês algumas das minhas apostas para o SXSW de 2024.

Leonardo Queiroz, sócio e VP de crescimento da Cogna Educação (Foto: Divulgação)

IA generativa é o futuro do marketing?

De acordo com o levantamento de 2023 feito pela Dentsu, uma das maiores agências de publicidade do mundo, 87% dos profissionais de marketing afirmam que a IA generativa representa o futuro da publicidade e do marketing. Porém, mais da metade dos entrevistados apresentam receio que a inteligência artificial generativa seja capaz de lhes tirar o emprego.  Ou seja, ainda existe receio de como será essa adaptação e implantação.  Além disso, outra provação que tem me movido no SXSW é entender o novo perfil de CMO. Antes era uma posição voltada para branding, muito focada na área. Porém, agora torna-se uma posição capaz de analisar o negócio como um todo. Tenho notado que isso é uma das discussões em alta por aqui.

A forma como contamos faz toda a diferença

Uma das minhas maiores inquietações está sendo ver como outras empresas entregam narrativas atrativas aos clientes. De modo original, afetivo e efetivo, o storytelling está ganhando espaço nas mesas de discussão do SXSW e vemos como relevantes marcas inovam e são capazes de contar histórias na atualidade. Essa aproximação e vínculo real entre clientes e empresa é um dos atrativos do evento. Maíra Ferranti Corrêa e a Sarah Joseph, por exemplo, vão puxar a conversa de como combinar a narração de histórias com a ciência social e comportamental para promover mudanças positivas. Como é possível contar mais histórias e estabelecer um alcance positivo com nossos clientes espalhados pelo Brasil?

Creators com a bola toda

Se a narrativa importa, imagina então o potencial que guarda quem conta? Segundo o pipeline do SXSW de 2024, é possível notar que os criadores de conteúdo estão em alta. Existem aproximadamente 20 milhões de criadores de conteúdo no Brasil, de acordo com o estudo “Impacto socioeconômico da Creator Economy no Brasil: cenário e tendências”, de 2023, feito pela FGV. E, os clientes estão sendo impactados por eles. Como esses creators estão crescendo e podem trazer valor para as marcas? Onde os clientes estão buscando informações sobre os assuntos que se interessam? Como são impactados de maneira orgânica pelas empresas? São estas algumas das provocações que estou trazendo para definir os próximos caminhos que precisamos tomar como empresa.

Uma nova forma de impactar seus clientes

O funil de vendas é um modelo estratégico muito usado por nós em marketing e, com o avanço da tecnologia, devido a expansão das plataformas digitais (que hoje são várias), existem diferentes jornadas que os clientes podem ter acesso para finalizar uma compra. Talvez, estejamos vendo o nascimento de uma nova forma desse processo. Aqui no SXSW, notei que essa é uma preocupação relevante para as empresas.

On e offline ainda existe?

Por último, estamos vivendo ativamente no ambiente digital e parte dos bate-papos falam em como equilibrar o trabalho com a vida pessoal do digital. Cada marca está criando e se aprimorando neste sentido. No segmento de Educação, com análise de dados e inteligência artificial, a Cogna, por exemplo, integra todas as suas marcas numa mesma jornada, para atender todas as necessidades dos brasileiros – dos 2 aos 100 anos, de forma personalizada e flexível.

Creio que essa edição do SXSW trará muitos exemplos benéficos para o mercado e tende a movimentar os negócios para caminhos mais tecnológicos, ao mesmo tempo que entrega novas formas de pensar sobre o que temos disponível e como colocar em prática.

Leonardo Queiroz é sócio e VP de crescimento da Cogna Educação