Elas estão por toda a parte. As criptomoedas movimentam mercados, investidores e mostram, cada vez mais, que são um caminho sem volta. E, embora muitos achem o assunto ainda complicado, fato é que elas fazem o contrário: descomplicam. Mas o que isso tem a ver com o mercado audiovisual, com o marketing, a publicidade? É que elas estão permitindo a entrega de mais e melhores trabalhos dos que já vinham sendo feitos. 

Antes, a produção internacional de uma campanha, um filme ou clipe envolvia burocracia e custos altos. Afinal, você precisava deslocar uma equipe para o ponto de gravação e precisava recrutar os melhores profissionais para isso. Então, era preciso fazer contas. Pensando em todos os impeditivos de bancos, no trabalho, na dor de cabeça, valia a pena?

A pandemia do coronavírus mostrou que, de longe, é possível fazer muita coisa. Produtoras e agências que ainda não trabalhavam remotamente precisaram se reinventar, como todo mundo, descobrindo como dirigir uma cena à distância, pelo computador, como selecionar casting virtualmente, como entregar um trabalho de excelência com as restrições físicas. Mas o fato é que esse formato tem um benefício e tanto: permite recrutar os melhores profissionais do mundo, onde quer que eles estejam. Tinha quem já fizesse assim. 

O problema do pagamento, no entanto, podia persistir, o que não aconteceu graças a este marco tecnológico que se deu com as transações em blockchain. Sim, é possível pagar pela produção de um filme, uma campanha, qualquer conteúdo audiovisual, em criptomoeda. É um processo fácil, prático, seguro e menos oneroso. Isso fazendo tudo dentro da lei, sem sonegação, seguindo todas as práticas de idoneidade à risca.

A tecnologia já se mostrava há muito tempo uma grande aliada do conteúdo audiovisual. Mas ambos nunca caminharam tão de braços dados como agora. A realização de produções com pagamento/recebimento via “stablecoins”, criptomoedas pareadas e que acompanham a volatilidade do dólar, como a Tether, por exemplo, deve revolucionar um setor que poucos ousavam fazer relação com o modelo de transação. Quem arriscou, saiu à frente. 

Em um mercado tão concorrido e competitivo, que trabalha com inovação e originalidade o tempo todo, mostrar-se antenado a um modelo financeiro que desbanca mundialmente pode ser uma propaganda e tanto para o próprio negócio. Afinal, quem vai confiar a sua própria marca a um criador/produtor de conteúdo que ainda trabalha com cheque? 

Quem atua no setor marcado pelas ideias disruptivas precisa saber entrar na próxima onda, sem cair na água. Se os materiais já são quase todos compartilhados na nuvem, é hora de levar as transações para esse universo virtual também. Uma iniciativa que coloca fim a qualquer barreira física existente, que possa impedir uma entrega de qualidade. Assim, não há mais desculpas para que o mercado audiovisual não se aprimore cada vez mais e nem para que não conquiste territórios internacionais.

Caíto Cyrillo, CEO da TRIO – Hub Global de Criação e Produção de Conteúdo Audiovisual