A quarta edição da pesquisa Most Influential Celebrities, realizada pelo Ipsos com o levantamento das celebridades mais influentes para as marcas, nos faz refletir sobre algumas obviedades que o estudo não contempla:

Primeiro: influência não é mais um privilégio de celebridades e que qualquer pessoa com uma conta em alguma rede social influencia. E as marcas apostam cada vez mais em micro influenciadores mas com forte penetração em nichos. Histórias reais e de pessoas conectadas com comunidades específicas tem dado o tom das estratégias de comunicação. O mais agora é menos.

Ao passar os olhos na lista das personalidades, senti falta do nome Cleyton Silva Santos, Spider Slack, o brasileiro mais seguido do TikTok com 32,9 milhões de seguidores.

Segundo: embora o levantamento esteja focado em um nicho específico, os atributos das celebridades servem como bússola para todos nós construirmos uma imagem assertiva. O driver de Confiança/Credibilidade, por exemplo, se aplica a qualquer relação interpessoal porque desejamos ter por perto pessoas confiáveis, que passam credibilidade, que sejam seguras de si, autênticas, experientes, que cumprem o que prometem e que sejam acessíveis. Estou enganado? Não acredito que você queira ter por perto pessoas tóxicas, falsas, imaturas, inseguras e charlatãs.

E o mesmo se aplica para o driver da Modernidade e que está relacionado àquelas pessoas que ditam moda porque buscamos referenciais nos outros, nos vestimos de acordo com a nossa tribo. E, da mesma forma, nos espelhamos em pessoas de Sucesso e que encham nossos olhos de Beleza e Bom Caráter. Assim como gostamos de pessoas empáticas, carismáticas e que nos estimulem a ter hábitos saudáveis.

No entanto, uma mudança me chamou a atenção: de 2021 para 2022 o tema Diversidade teve queda na sua importância para as pessoas. E isso pode ter acontecido, talvez, pela saturação da pauta e por cancelamentos seletivos. Porém, isso não exime o respeito pelos outros, obviamente. O respeito deve prevalecer independentemente de época porque comportamentos discriminatórios dizem mais sobre o ofensor do que sobre o ofendido e são letais para a imagem social e pública de uma pessoa discriminadora.

Já o driver Confiança cresceu. Saltou de 18% para 21%. E, olhando de fora, dá pra deduzir o porquê: ninguém aguenta mais ver celebridades e influenciadores vendendo fórmulas milagrosas, mentindo e ostentando Life styles desconectados com a realidade socioeconômica do país e do mundo.

E o mais curioso do levantamento foi a ascensão do driver Beleza que, lá nos primórdios da pesquisa há 10 anos, era destaque. Com o passar do tempo foi se diluindo e dando espaço para outros temas e que agora voltou a crescer e ganhar importância na composição dos nove atributos elencados.

De todos os drivers, o aprendizado que podemos reter é que eles compõem os três véus da nossa percepção sobre o outro e também de como somos observados: pelo visual, pela forma como nos expressamos e pela maneira como nos comportamos. São três camadas Sine Qua Non para a percepção da imagem acontecer e para construirmos uma boa reputação em nosso meio e, assim, aumentar o nosso poder de influência. Influência, que como o próprio estudo já define, é um poder de provocar mudanças em comportamentos, ações e opiniões. E você tem esse poder onde você circula e convive.

Luciéllio Guimarães é Master Expert de cursos universitários de imagem, fundador da Imagem Academy e estrategista de Imagem Social