Estudo anual realizado pela Elife e agência SA365 analisou as publicações dos 20 maiores anunciantes do país

Aumentou em seis pontos percentuais a representação negros e pardos na publicidade brasileira. Foi o que apontou do ‘Diversidade na Comunicação de Marcas em Redes Sociais’, estudo anual realizado pela Elife e a agência SA365 que identifica a presença da dos grupos minoritários na comunicação das marcas.

A análise – feita em quase 12 mil posts dos 20 maiores anunciantes do Brasil, segundo a Kantar Ibope, no Instagram e no Facebook – mostrou que o número passou de 38% no levantamento do ano passado para 44% em 2022; ainda abaixo da representatividade nacional. Pois, segundo levantamento do IBGE, 56,1% dos brasileiros se declaram negros ou pardos.

Fanta, Ponto, Budweiser, Cerveja Antarctica, Seda, Skol, Bradesco, Clear, Gatorade, Vivo e Casas Bahia são as que têm participação de pretos e pardos maior ou igual à da população brasileira, isto é, superior a 50% das publicações.

Já em relação aos espaços, o estudo mostrou uma melhor distribuição da presença de pessoas pretas e pardas pelas diversas categorias. Quando fala da mulher negra, o setor financeiro continua no foco da lista após o fim das ações com o auxílio emergencial, com 26%.

Além disso, outros setores como beleza e higiene também ganharam destaque e registraram a presença feminina em 25% das publicações. Seguidos de 11% em telecomunicação, cerveja e alimentos e bebidas.

Já os homens negros aparecem em porcentagens menores: 19% no setor financeiro; 16% no varejo; alimentos e bebidas não-alcoólicas14%; higiene e beleza 14% e cerveja com 13%. O negro idoso é representado pelo setor financeiro em 50%; o negro gordo, pela indústria cervejeira com 33%; e o negro gay foi representado principalmente pelo varejo com 43%.

LGBTQIA+
Segundo estimativa da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas), 10% da população brasileira é LGBTQIA+. Entretanto, os grupos LGBTQIA+ aparecem em apenas 8% das publicações analisadas – sendo cerca de 2% representados por pessoas trans.

A presença mais que dobrou em relação à última edição do estudo, em que o grupo esteve contemplado em apenas 3% dos posts. Quando se compara 2021 com 2020, ano em que a parada não aconteceu devido ao lockdown, foi possível perceber a importância do evento na agenda das marcas.

Embora na mesma classificação, pessoas sexualmente diversas não são igualmente representadas. Homens cisgênero são maioria no grupo, seguido de mulheres trans e logo em seguida, mulheres cis.  A presença aumenta em junho por conta do mês do Orgulho LGBTQIA+.

Há alguns segmentos que possuem maior participação LGBTQIA+, como no varejo (25%); limpeza (16%) e higiene e beleza (13%). Já em relação às marcas com participação LGBTQIA+ maior ou igual à da população estão: Downy; Close-up; Casas Bahia; Engov; Pepsi; Guaraná Antarctica; Rexona e Bradesco.

Idosos e plus size
Visando os idosos, apenas 4% das publicações apostam na representação da terceira idade. O percentual representa uma queda de três pontos percentuais em relação ao último ano, que registrou 7% em sua última edição.

O setor financeiro é o que mais utiliza a representação de idosos em sua comunicação, seguido da indústria farmacêutica e da cerveja.

Olhando para as pessoas obesas, apenas 4% das publicações tinham presença de pessoas nessas condições. Marcas de limpeza e cerveja foram de maior representatividade. No entanto, em todas elas há a predominância do padrão magro, sem considerar a diversidade dos tipos de corpos