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A Orquestra Petrobras Sinfônica completa, no ano que vem, 30 anos de um patrocínio que começou na gestão de Ozires Silva (86/89) e se tornou único no mundo. De fato, segundo conta o diretor executivo da Orquestra, Mateus Simões, não há qualquer patrocínio cultural ininterrupto tão longevo – e muito menos entre orquestras sinfônicas. É um privilégio, sem dúvida, mas não levou o grupo de 69 músicos a se acomodarem. Muito pelo contrário: lhes deu condições de criar uma gestão profissional e inquieta, que vem levando o grupo a inúmeros desafios como, por exemplo, enveredar pelos universos do pop e do rock, atrair novas parcerias comerciais e principalmente aproximar a música clássica de todos os públicos.

Criada pelo carismático regente Armando Prazeres, a orquestra tem a direção artística, há 11 anos, de Isaac Karabtchevsky, incansável em seus 82 anos, e tem entre seus principais personagens o filho de Prazeres, o primeiro violinista (spalla) e também maestro assistente de Karabtchevsky, Felipe Prazeres. A administração é feita pela Associação Orquestra Pró Música do Rio de Janeiro, patrocinada pela Petrobras. Há 16 pessoas – não músicos – na equipe administrativa da orquestra, escolhida por um dos três conselhos aos quais se reporta Simões, que ingressou na orquestra em 2009, assumiu a diretoria executiva em dezembro de 2014, depois de cerca de três anos no marketing.

“Me apaixonei pelo mundo da música clássica especialmente porque ainda há muito a ser feito, a ser lapidado, principalmente no Brasil”, diz.

Ele conta que a busca por um estilo próprio já acompanha a orquestra há muitos anos, mas apenas há cerca de cinco anos foi posta mais fortemente em prática. Está na quinta temporada um dos primeiros projetos dedicados a “desmistificar” a orquestra: o projeto “TV Opes”, que mostra os bastidores da orquestra e que é usado, por exemplo, em escolas como material educativo.

Simões criou, em parceria com os músicos, um projeto que inclui o lançamento, neste momento, de uma nova identidade visual – assinada pela agência Faaz Comunicação -, a reformulação do site e foco ainda maior em novos projetos que procuram popularizar o trabalho da orquestra sem perder a essência, misturando elementos clássicos a modernos. A nova logomarca é elegante e ao mesmo tempo jovial, facilmente adaptável aos diversos projetos dos três “mundos” em que transita a Orquestra. O mundo Clássico é o dos grandes espetáculos em palcos emblemáticos e inclui, por exemplo, as apresentações “Na Sala”, na Sala Cecília Meireles. O mundo Pop inclui ações populares, que levam a música clássica a novos territórios, como o espetáculo do repertório do álbum “Ventura”, da banda Los Hermanos, que ganhará uma turnê no ano que vem, ou a série “Iberê Camargo” que apresenta versões de clássicos infantis como “Arca de Noé” e “Os Saltimbancos”. Já o mundo Urbano inclui apresentações públicas e gratuitas em lugares inusitados como igrejas, escolas, hospitais e tem, por exemplo, o #ConcertoSecreto – uma parceria com a cervejaria Jeffrey Store, algo inédito em sua história.

“A ‘nova orquestra’ é mais democrática, acessível, carioca e faz mais parte da vida das pessoas.”, diz Simões.

“Não adianta fazer projetos mais populares e comerciais se não comunicarmos de maneira correta ao público. As pessoas precisam entender por que a orquestra está tocando numa cervejaria. Ou numa igreja. Ou fazendo um disco com um repertório de Los Hermanos. Ou um concerto de clássicos infantis. Queremos que as pessoas entendam que temos muitos projetos, não somos só uma orquestra do Teatro Municipal. Nosso projeto é bem desenhado, nada é gratuito.”, comenta.

Por isso, a nova cara da orquestra entra a partir desta segunda quinzena de novembro em uma campanha publicitária que inclui jornais como Destak e Metro, spots na rádio MPB Fm e estará na fanpage no Facebook. O conceito geral é “A sua orquestra”, posicionando-se como uma espécie de “propriedade” do carioca.   O plano de mídia foi desenhado para que a orquestra se integre à rotina das pessoas – no metrô, no cinema, nas redes sociais.

Em janeiro de 2017, a orquestra lança sua primeira obra comercializável desde 2009: um CD do projeto Saltimbancos. Há planos de ações desenhados até 2019. Com o que já foi implementado até aqui, Simões diz que os resultados já vem aparecendo. Os concertos andam mais cheios, aumentaram muito em quantidade (75 esse ano, enquanto em 2012 foram 40) e novas parcerias foram fechadas. A orquestra conta com apoiadores como  Aliansce Shopping Centers, rádio MEC, Avianca, UCI, Metrô Rio, entre outros.