Nizan Guanaes foi curto e grosso no encerramento das palestras que marcaram o 5º Fórum de Marketing Empresarial Empresarial – iniciativa do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e da Editora Referência que acontece neste final de semana no Guarujá (SP). O chairman do Grupo ABC, que iniciou sua palestra apresentando um vídeo sobre os feitos alcançado ao longo dos últimos anos pelas empresas de sua holding (casos de Africa, DM9DDB, b!ferraz, Loducca, NewStyle, Sunset, entre outras) e outro sobre líderes de diversas áreas no mundo falando sobre o Brasil – inclusive o ator hollywoodiano Forest Whitaker –, apresentou “10 mandamentos para um Brasil global”. “Estamos passando um momento econômico ruim. Não é admissível ter 7% de inflação e 1% de de crescimento do PIB. Mas precisamos continuar olhando para a frente”, disse.
Abrindo os seus mandamentos, Guanaes falou sobre gestão e como é preciso ter essa cultura inserida nas companhias. Logo em seguida, alertou sobre a necessidade de se falar inglês. “Temos que falar inglês para não ter medo do mundo e para participar do diálogo global”, disse. “Mas antes, temos que aprender a falar português”, afirmou.
Para exemplificar que é preciso participar do “Networking Global”, seu terceiro mandamento, o executivo citou o economista Roberto Campos. “O Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade”. E completou: “temos que participar dos grandes fóruns mundiais”. Em seguida, ressaltou que é necessário viajar na rede. “Hoje não há mais desculpas. Antes existiam barreiras financeiras, educacionais. Hoje você conhece o mundo de qualquer lugar. Precisamos ser cada vez mais digitais”, alertou.
O quinto item citado pelo chairman do ABC foi “Quality, service, culture e branding”. “Ambev, Itaú e Embraer são empresas brasileiras que colocaram em prática esses quesitos e colocaram a barra lá em cima. Por que outras não podem?”, questionou. A educação foi mais um ponto dito pelo empresário. “Temos que educar os pobres, lógico. Mas temos que educar os ricos também, pois o ensino privado brasileiro está vergonhoso. E a combinação de dinheiro e burrice é um perigo”, afirmou, em mais uma de suas frases de efeito.
Por fim, entre os quatro últimos itens, Guanaes falou em “sonhar grande”, “que os olhos têm que viajar”, sobre “não ter medo do mundo” e, principalmente, em “inovação”, palavra que nos últimos tempos tem sido muito destacada por líderes mundiais de diversas áreas da atuação. “Criatividade é fazer algo de maneira inteligente. Inovação é fazer algo novo de maneira inteligente”, ressaltou, citando novamente um cliente seu, com quem trabalha há 30 anos. “O Itaú só é o Itaú hoje porque ele inovou. Ele apostou na revolução digital”. “O mercado publicitário tem contribuído muito para o Brasil sair do commodity para o mercado agregado”, sintetizou Nizan Guanaes.
Debate
Após sua palestra, Guanaes participou de um debate com a plateia – formada por CEOs e diretores de marketing de algumas das maiores empresas, veículos e agências de publicidade do país. E voltou a elogiar as grandes empresas de sucesso no país. “Temos que levar para a inciativa pública o que já é bem feito na privada”, disse, se referindo a áreas como turismo e cultura, onde o país possui recursos para ter uma relevância bem maior.
E disse ainda que se o Brasil fosse uma empresa, ele seria seu sócio, e não seu cliente. “Mesmo como agência, preferiria ser sócio dos meus clientes que ter uma remuneração comum. Imagine se eu tivesse 0,5% do Itaú”, brincou. “Com o Brasil, sem dúvida, preferiria ser sócio. Acreditem: ele tem um futuro brilhante”, completou, mesmo após fazer sérias críticas à carga tributário do país.