Os judocas Felipe Kitadai, Nathalia Brigida e Erika Miranda com Ginga, mascote do Time Brasil

A AG2 Nurun, a exemplo do que foi realizado na Copa, está preparando um relatório de monitoramento sobre os comentários no Twitter e no Instagram a respeito dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Até agora, o resultado parcial dos comentários nas redes sociais tem sido positivo para o evento.

Para fazer o levantamento a agência está usando o Scup, uma ferramenta de monitoramento, gestão e análise de mídias sociais. Serão verificados dados desde a abertura, que aconteceu no dia 10, até o encerramento do Pan, no próximo dia 26, com análise de aproximadamente 250 mil menções. O trabalho é realizado por uma equipe de dez profissionais da agência.

Segundo Raquel Recuero, pesquisadora e consultora de mídias sociais da AG2 Nurun, a grande diferença entre a análise feita no evento do ano passado e neste é que no Pan os comentários são, em sua maioria, positivos. “Achei pouquíssimos twittes negativos. No geral, estão falando bem dos atletas. Na Copa, reclamavam mais da seleção”, explica. Outra diferença, segundo Raquel, é o volume de comentários. “Na Copa, havia muito mais gente participando da conversa”, fala.

Durante a abertura, algumas das palavras mais citadas, além das esperadas, como jogos, cerimônia, abertura, Canadá e Pan-Americano, foram Cirque Du Soleil e Thiago Pereira. O atleta brasileiro da natação carregou a bandeira do país durante o evento na noite de 10 de julho.

Na análise parcial, até 15 de julho, destacaram-se termos referentes a diferentes modalidades, como saltos ornamentais, ginástica, natação e judô, além do nome de alguns atletas, como Flávia Saraiva, Tiago Camilo, Joanna Maranhão, Charles Chibana e Artur Zanetti.

Para a consultora é interessante perceber essa citação dos nomes dos atletas, até em modalidades menos conhecidas do grande público no país do futebol. “A ginasta Flavia Saraiva, por exemplo, é uma das mais faladas e nem é medalhista de ouro. É bastante interessante que tenha essas menções”, diz.

A análise da conversa nas redes sociais é feita a partir de algumas hashtags previamente determinadas, como #panam2015 e #toronto2015, e são consideradas as postagens em português. Segundo Raquel, até quarta-feira, foram cerca de 200 mil twittes, sendo 15% a 20% referentes a brasileiros.

A transmissão do Pan 2015, realizada no Brasil pela Record e pela SporTV, é o único ponto, segundo o estudo realizado pela AG2 Nurun, que recebeu crítica dos espectadores nas redes sociais. “Apareceram as palavras ‘vergonha’ e ‘ruim’, por exemplo”, conta Raquel. Alguns pontos criticados foram as falhas nos sinais de tranmissão e as modalidades não transmitidas pelas emissoras, mas, de acordo com a consultora, as críticas são bem menos comuns do que o que foi verificado durante a Copa.

Marcas

Apesar de ser um ano pré-olímpico, poucas marcas estão aproveitando o momento do evento esportivo para fazer ativações. Oito marcas adquiriram as cotas dos comerciais das transmissões dos eventos, nenhuma delas é patrocinadora oficial do evento, por isso não podem citar a competição nominalmente. “Elas não podem se relacionar com o Pan por questão de patrocínio”, explica Ivan Martinho, professor de gestão de arenas da ESPM.

Segundo a Record, foram comercializadas seis cotas de patrocínio para a transmissão, adquiridas pelas marcas Bradesco, BRF, L’Oréal, Nestlé, Petrobras e Brasil Kirin. Até o dia 15, a média de audiência da emissora era 6,3 pontos, com pico na transmissão da ginástica no primeiro fim de semana da competição, com 11 pontos de média e 12 de pico.

A SporTV vendeu três cotas, todas a patrocinadores dos Jogos Olímpicos Rio 2016: Bradesco, Claro e Nissan. A emissora é a única com estúdio dentro do Parque Pan-Americano e está com três canais transmitindo mais de 280 horas de competições.

As marcas poderiam estar usando o momento para se aproximar do tema. “O Brasil é um dos maiores da competição. A ativação que está sendo feita é pouca. Estou sentindo falta de promoções. É superaspiracional levar os clientes para assistir a abertura, por exemplo”, opina Martinho.

De acordo com o professor, as marcas que têm aproveitado a oportunidade da melhor maneira são as que patrocinam os atletas. “Algumas eu vi dar parabéns no Twitter”, exemplifica.

Bradesco é uma das marcas que estão apoiando seus atletas. Além de patrocinar o Rio 2016, a marca também é patrocinadora do Time Brasil, a delegação do país em jogos oficiais, e do revezamento da tocha olímpica. “Estar com o Time Brasil em Toronto é especialmente significante para a continuidade de nosso projeto rumo a Rio 2016. Afinal, trata-se de uma oportunidade para preparação do espírito de nossos atletas para a arrancada final que terá como linha de chegada os Jogos em solo brasileiro”, fala Jorge Nasser, diretor de marketing do Bradesco.

Para o Pan 2015, a instituição financeira entregou kits para os 590 atletas da delegação brasileira que estão no Canadá. A marca também promoveu três hangouts no YouTube, pelos quais atletas e celebridades interagiram com o público ao vivo direto de Toronto. “Foi uma das ações que mais me chamou a atenção”, diz Martinho.

É importante pontuar também que, apesar de serem dois eventos esportivos, Olímpiadas e Pan-Americano são muito diferentes entre si. “São eventos de mesma natureza, mas de envergadura diferente”, explica.

Como a próxima edição dos Jogos Olímpicos acontece no Brasil, as marcas poderiam estar mais empenhadas no tema. “Os orçamentos são de anos diferentes. O valor deste ano teria de ser usado de qualquer forma. Não deixa de ser importante estar no Pan. As marcas teriam oportunidade de explorar mais”, fala Martinho.