Felipe Criniti, CEO do aplicativo no Brasil, defende modelo baseado em capilaridade logística e entrada via pequenos empreendedores
Com foco em tornar a vertical de restaurantes sua principal alavanca de crescimento, o Rappi anunciou um investimento de R$ 1,4 bilhão no Brasil nos próximos três anos. O plano, que inclui isenção de tarifas até julho e exigência de menor preço no app, revela uma estratégia de longo prazo para reposicionar a plataforma como ecossistema multivertical com entrada pela alimentação.
Atualmente, 80% dos novos usuários chegam ao Rappi pela vertical de restaurantes, embora ela represente apenas 20% do volume total do negócio. O dado foi um dos gatilhos para que a companhia reformulasse sua proposta aos parceiros. “Começamos a questionar se fazia sentido investir em mídia tradicional ou se seria mais eficiente devolver esse valor para os restaurantes por meio de taxas mais justas”, explica Felipe Criniti, CEO do Rappi no Brasil.
Na prática, a nova política beneficia tanto novos quanto antigos parceiros, com a condição de que ofereçam no aplicativo sua versão mais barata. A exigência ataca uma prática comum do setor: a remarcação de 20% a 30% nos preços do delivery em relação ao salão, usada para cobrir as comissões das plataformas. “Queremos que o restaurante opere com o preço de balcão — ou, no mínimo, mais barato que a concorrência. Isso impacta positivamente o consumidor, mas também é um incentivo para que mais empreendedores entrem no delivery”, diz o executivo.
Apesar do investimento robusto e da ambição de liderar a digitalização do setor, o Rappi reconhece que os desafios seguem presentes. Criniti conta que o Brasil movimenta cerca de 350 milhões de pedidos de delivery por mês, mas o maior player do setor responde por menos de um terço desse total. Uma fatia significativa dos pedidos ainda é feita por telefone ou WhatsApp, canais sem estrutura tecnológica, sem integração de pagamentos e sem sistemas de gestão.

“É um mercado desestruturado, sem padronização. Parte dos investimentos vai para uma ‘solução de WhatsApp’ que criamos, com o objetivo de automatizar esse processo e fazer toda a gestão de pedidos”, afirma.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 12 de maio de 2025