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Em tempos de relações líquidas, montar uma rede de contatos profissionais é cada vez mais desafiador. A velha correria do dia a dia deixa tudo mais difícil. Como falar com desconhecidos? É melhor um e-mail ou um telefonema? O LinkedIn é útil? Pensando nessas questões, PROPMARK ouviu profissionais do mercado reconhecidos por terem uma rede de contatos fortes.

A força do LinkedIn

Se você quer fortalecer sua rede, o LinkedIn é a ferramenta ideal. “Sempre que eu conheço algum cliente novo ou uma pessoa nova no mundo dos negócios eu adiciono”, explica Luiz Buono, CEO da agência Fábrica. O profissional escreve um texto por dia na rede profissional e celebra os resultados. “Toda hora vem alguém pedir um café”, afirma.

Para ele, a melhor maneira de atingir as pessoas por lá é utilizando boas histórias. “Há muita demanda para conteúdo que não estão ligados à parte técnica. Repare, as pessoas interagem muito mais quando você conta casos e histórias do dia a dia do que quando você entra na tecnicalidade da comunicação e marketing”, explica.

Rafael Martins, CEO do Share, comenta um fator primordial do LinkedIn: ele humaniza as relações. Se você quer contatar uma empresa, fará através de seus colaboradores. “Essa humanização faz toda a diferença para a construção de relações reais”, comenta.

Mas é preciso cautela. “Não acredito que seja o caso de sair contatando todo mundo, pois o importante aqui não é quantidade, mas sim, qualidade. O LinkedIn é um ambiente onde devemos ter uma boa mira e dar tiros certeiros”, explica Catharina Birle, executiva comercial de sincronização da Área de Business Development da Sony Music Brasil.

Como se comportar?

Você recebeu um convite importante para um evento que estará cheio de contatos bacanas. Como iniciar o networking? “Eu sempre começo olhando tudo, observo as pessoas, os stands, a organização do evento, pois cada um tem uma dinâmica. O timing é muito importante para abordar alguém também, pois em início de evento as pessoas estão com expectativa alta, estão buscando coisas legais e diferentes para postar, por exemplo”, comenta Martins.

“O bom networking é aquele que começa com uma conversa de contexto presente, isto é, uma conversa sobre algo que aconteceu no evento ou está acontecendo, para só depois, se a conversa fluir, começar a falar de negócios, apresentar empresa e trocar cartões”, explica.

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“Procuro me manter aberta e não ficar restrita a mesma roda de conhecidos. Circular e se conectar com pessoas novas pode ser enriquecedor”, comenta Catharina. E esqueça a timidez: “O brasileiro tem que perder a vergonha de se relacionar. Você vai em eventos nos Estados Unidos, parece que o relacionamento já faz parte daquele evento. ‘Estou aqui para me relacionar’. Aqui, as pessoas têm que perder a timidez”, diz Buono.

Moeda de troca

Perdeu a timidez e criou coragem? Agora vem a dica dada por todos os entrevistados: um bom networking se faz na base da troca. “Você constrói uma rede de contato quando você não pensa só em você […] Tem muita gente que tem problema para criar essas redes e mantê-las porque elas não têm esse conceito de valor. Trata-se de uma conta conjunta, todo mundo tem que depositar. Não adianta querer só sacar”, explica Bia Granja, fundadora do YouPix.

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“O cartão não é o ponto, o importante é abrir as trocas. Qualquer relacionamento tem que ter a dinâmica de um diálogo bacana, ou seja, parte de um interesse pelo outro. Quando você se interessa pela história do outro, ele percebe que há uma conexão legítima. Você precisa se interessar pelo outro porque aí ele começa a naturalmente se interessar por você”, reitera Buono. “Tenha uma atitude de troca, não vá com uma atitude de sugar. Você acaba sendo o ‘mala’ e ninguém vai querer ficar perto de você. Mostre interesse legítimo pelo outro”, complementa.

O local ideal

Não existe. Pode ser no LinkedIn, no evento, na feira, etc. “Eu levo cartão até para padaria”, diz Catharina em meio a risos. Para ela, o melhor lugar para um networking efetivo é “onde você estiver”.

“Em todo lugar dá pra fazer networking, pois ele começa de uma conversa sem intenção e, talvez, pula para uma conversa sobre negócios”, comenta Martins. O executivo afirma que é preciso ter uma rede “que o dinheiro não pode comprar”, ou seja, é preciso construir relações que não sejam apenas por sua condição atual de trabalho. Em suma, foque na verdade que os contatos virão.