O conteúdo da música Óculos, de Hebert Vianna, é uma autêntica miopia nos dias de hoje. As meninas do Leblon estão olhando com atenção para a indústria ótica, não só para enxergar melhor, mas também para dar um tapa no visual, antes acessório de personalidades como Audrey Hepburn. Nos últimos 30 anos, o jeito commodity de usar cedeu lugar aos encantos do mundo fashion. E quem era tímido aplicou um Ray Ban, com grau ou sem grau, para compor a fachada. Os números refletem bem essa evolução. O portal da revista no varejo afirma que, de 2006 a 2017, o aumento foi de 172% no faturamento do segmento, passando de R$ 7,7 bilhões para R$ 21 bilhões, volume que agregou valores como design e tecnologia.
O interesse por óculos com design mais arrojado gerou um lucro de R$ 7,4 bilhões para o setor. O varejo ótico se aproveita desse cenário. A Óticas Diniz, por exemplo, está nos canais de mídia com a nova tagline Vista Diniz, desenvolvida pelo Grupo Rái, há dois anos responsável pela comunicação da marca.
A Óticas Diniz está marcando presença no Big Brother Brasil no primeiro quadrimestre de 2019, com foco no diferencial estético das coleções que comercializa, como parte integrante do traje. Depois, no fim do mês de abril, vai iniciar outra campanha na Rede Globo, com novo posicionamento e textura mais tecnológica. Segundo a executiva Luciane Gomes, que comanda o
marketing do anunciante, que tem mais de mil lojas em todo o país, 100% franqueadas, há uma clara evolução no mercado ótico brasileiro. A Óticas Diniz, por exemplo, tinha uma comunicação focada por região. Agora vai investir numa estratégia nacional com foco em branding/manifesto. A primeira é a ação Vista Diniz. Essa mudança indica que há mais competitividade setorial e está além da recomendação oftalmológica.
“Há um avanço e queremos aproveitar sempre os espaços que o protagonismo dos óculos oferece. Com a internet, o consumidor passou a ter mais informação e opção. Ou seja, óculos estão além da saúde visual. Aliás, mesmo quando precisa de grau, compra vários modelos para ajustar com as roupas do dia a dia. A mulher é a principal consumidora, tanto que quando visitamos feiras como a Mido, realizada anualmente em Milão, que apresenta as novidades da indústria de olho no sexo feminino, a oferta para homens é mais restrita. Trabalhamos com marca própria, a DNZ, mas 99% do nosso portfólio é de marcas como Ana Hickman, Ray Ban e Polaroid. A Diniz é um varejo multimarcas”, explicou Luciane.
As ações de comunicação da rede Diniz muitas vezes contemplam orçamentos cooperados com os fabricantes. No ano passado a campanha de mães, com a embaixadora Grazi Massafera, que tem linha própria de óculos, envolveu os meios tradicionais de mídia, mas também endomarketing, posicionamento estratégico nos PDVs com presença de expositores, cartazetes etc. “Como um cobranding”, diz Luciane, que conclui. “Passamos por uma fase de varejo de valor. Agora é a hora de trazer os óculos para um protagonismo maior com estratégias de branding e comunicação sólidas e de âmbito nacional.”