O setor out of home foi um dos meios que mais sofreram com a pandemia e o consequente isolamento social. A #FiqueemCasa para a mídia exterior foi quase um desastre. Mas, a cada rasteira, o segmento tem o poder de se reinventar. A maioria deve lembrar do efeito arrasador que foi o projeto “Cidade Limpa”, tão necessário para organizar os famosos e antigos outdoors espalhados, desordenados, por São Paulo. Porém, quando tudo parecia acabado, o OOH ressurgiu moderno, organizado, com opções para todas as estratégias dos anunciantes.
Ele tem esse poder de se reinventar só que depende dos pedestres, do trânsito de pessoas e de carros para o sucesso das campanhas. Até quem não está em movimento é impactado pelo meio, como nas paradas do transporte público ou nas estações de trens e metrôs. No entanto, Ana Célia Biondi, executiva da JCDecaux e presidente da ABOOH (Associação Brasileira de Mídia Out Of Home), afirma que, mesmo em tempos de isolamento, “a mídia OOH ganhou novas funções e um novo significado”. “Tem papel e importância destacados como meios de informação eficientes e seguros para a comunicação em massa com quem estava nas ruas, ao apoiar e entregar milhões de mensagens de campanhas de prevenção e combate ao coronavírus, por exemplo”, diz.
Ela lembra que o público que estava em trânsito, no auge da pandemia, por serem profissionais de serviços essenciais, “precisava e merecia uma comunicação de qualidade”. “Foi papel da mídia OOH continuar no dia a dia dessas pessoas, trazendo informações confiáveis e divulgadas de maneira criativa”, afirma Ana.
Quando a atividade econômica começar a voltar, Ana Célia acredita que o OOH se beneficiará da mobilidade e do vínculo social na retomada. Para ela, o meio será mais relevante do que nunca para que as marcas alcancem a sua audiência, “essa que encontrará de novo a cidade, as ruas, os centros comerciais, os transportes e os aeroportos”.
Segundo a executiva, a volta à normalidade vai se dar de forma gradual e espera que seja duradoura. “O nosso negócio está acompanhando o ritmo natural de retomada, sempre buscando levar informações relevantes que sejam de interesse no momento presente e auxiliando as marcas com estudos e dados para que elas tenham segurança de retornar às ruas da maneira correta”. A presidente da entidade fala que está acompanhando o benchamark internacional, em países que já estão em processo do fim da quarentena, como França, China e Itália, para entender como o OOH está retornando à vida das pessoas e marcas. “Isso está nos ajudando a entender modelos e sistemas que podem servir de exemplo para a nossa retomada no Brasil e muita coisa já está sendo pensada por aqui”, conta.
Ela afirma que neste período de pandemia, o meio identificou diversas oportunidades e novas soluções aos seus parceiros, ajustados ao contexto atual, que reforçam o papel da mídia OOH de atender às necessidades do público. “Por meio de pesquisa e empresas parceiras, identificamos diversas oportunidades que o setor tem também na oferta de serviços e informação para as agências e anunciantes sobre o fluxo de retomada nas ruas, transportes, prédios comerciais e aeroportos, entre outros”.
Foi pensando em todas as possibilidades do setor que o PROPMARK propôs a elaboração deste Especial OOH para mostrar ao mercado como as empresas estão se preparando para retomada dos trabalhos. Como Ana Célia diz, o Brasil é grande e possui regiões diferentes, em diferentes estágios. “Por isso, é importante estarmos atentos ao que está acontecendo em cada estado e cidade em que o OOH está presente. O meio vai usar todo o seu aprendizado neste período para auxiliar as agências e anunciantes, mostrando exemplos de como os segmentos estão retomando as atividades, que mensagens estão sendo endereçadas e em que momento. O segredo agora é respeitar o momento da cidade e da população”, conclui.
Ela conta ainda que o desafio durante a pandemia está sendo manter o ritmo e continuar tendo uma visão otimista de futuro. “Estamos aproveitando cada minuto deste tempo para manter contato com as agências e clientes, criar coisas novas, rever e construir novas ideias para levar novidades para o mercado no momento de retomada”.