Em 2025, a expansão já superou a meta de 110%; os 72 colaboradores estão distribuídos em diferentes estados do Brasil e em outros países
Com o lema ‘inconformismo criativo’, a Out Of Office (OOO) vive um momento de crescimento acelerado e coleta de resultados. Fundada em 2020, a agência surgiu da inquietação de três profissionais que, antes de ocupar o lugar de fundadores, foram clientes de agências. “Mais do que dobramos o faturamento”, conta Beatriz Borges, uma das cofundadoras, que define o atual patamar como “desconhecido, de forma positiva”. Em 1º de dezembro, o grupo deve se reunir para revisar as metas e projetar os próximos passos de 2026.
Entre 2023 e 2024, a OOO cresceu 160% em faturamento. A meta seguinte, mais conservadora, já foi superada: 110% de crescimento em 2025. A agência não divulga números absolutos, mas o avanço é suficiente para reforçar a força do modelo de trabalho e da cultura que sustentam o negócio.
A jornalista e apresentadora Maria Prata se tornou sócia em 2024, depois de dois anos como cliente. “Percebi essas três pessoas muito conectadas com o hoje e com o olhar para frente. Disse a eles, quando manifestei interesse, que eram uma agência do zeitgeist”, afirma.
Maria, que não tem função executiva, acompanha o conselho da agência a distância. Para ela, o nome resume bem a filosofia do grupo. “Não é à toa que se chama Out Of Office, eles estão no mundo.”
Hoje, Thales Ferreira e Maria estão baseados em São Paulo; Catharina Dieterich vive em Nova York; Beatriz também mora nos Estados Unidos; e Rob Dalazen, responsável pela direção de criação, atua em Portugal.
Essa geografia diversa é parte da essência da OOO. Ao todo, são 72 colaboradores distribuídos em diferentes estados do Brasil e em outros países — um formato remoto que, para os sócios, não é apenas estrutura, mas mentalidade de negócio.
“Somos uma empresa fundada por três sócios que nunca trabalharam em agência. O que criamos nasceu da intuição e da observação”, resume Beatriz. Ela sintetiza o sucesso em três palavras que costuma ouvir dos clientes: “surpreendente”, “fresh” e “dedicado”.
A dedicação, aliás, é um traço que o grupo considera essencial. “Desde o primeiro dia, seja um cliente pequeno ou uma marca global como a Unilever, tratamos todos com a mesma seriedade. É como se tivessem feito a escolha da vida ao confiar em nós para chegar a outro patamar”, afirma Beatriz.
Há também um consenso sobre a importância de manter vivo o espírito da agência em cada integrante, o que Maria diagnosticou como “chip OOO”.
“Nosso desejo, desde o início, era criar o tipo de estrutura com que gostaríamos de ser atendidos como clientes”, explica Thales. “A criatividade era algo deixado de lado, e isso sempre me pareceu dicotômico. Como uma agência pode trazer ideias que são mais do mesmo?”
‘A Anticampanha’
Esse rigor criativo e surpreendente aparece em projetos como ‘A anticampanha’, criada para Tresemmé e estrelada por Maria Bethânia e Sabrina Sato. No filme, a espontaneidade das respostas da cantora determina a narrativa. “Esse negócio aí eu nem sei”, diz Bethânia, quando Sabrina a questiona sobre preferir o cabelo com ou sem frizz. “Do produto eu não duvido, mas não vou usar, não”, completa a cantora.
A naturalidade das falas tornou a ação um dos trabalhos mais comentados da agência. A campanha foi premiada em festivais e concorre, em dezembro, ao TikTok Ad Awards, na categoria ‘Melhor campanha com foco em transformação’.

“Estamos com o sentimento de primeira vez”, relata Thales. “Ter a Maria como sócia premiada é importante porque ela lembra a gente de curtir esse momento. As premiações servem para isso, reconhecer um bom trabalho e seus frutos”. Maria devolve rindo: “Mas eu já quero o próximo também”.
Com a incorporação, em abril de 2024, da produtora Callaloo Studio, fundada por Rob Dalazen, a OOO passou a atuar de ponta a ponta — da estratégia à execução.
“A gente começou muito com conceito, pesquisa e estratégia. Mas, quando chegava na etapa de produção, precisávamos terceirizar”, explica Catharina. “O Rob era o fornecedor que chamávamos sempre que o projeto exigia um olhar mais apurado.”
A integração deu fluidez ao processo criativo. “Hoje conseguimos criar uma estratégia e garantir que ela será executada exatamente como foi pensada, até os mínimos detalhes”, completa a cofundadora.
A mudança faz parte do ‘ser OOO’ desde o início, quando a agência nasceu com uma veia forte no digital, impulsionada pelo espírito do tempo durante a pandemia de 2020. Uma das metas era expandir a atuação internacional, no entanto, a rota foi recalculada.
“O Brasil demanda muito da gente, no melhor dos sentidos”, comenta Thales. “Nos últimos meses, o foco acabou sendo ampliar o time e abrir novas frentes de trabalho. A expansão internacional, que seria o foco em 2025, foi transferida para 2026.”
O plano é que essa ampliação aconteça de forma natural. A meta inicial era atingir 50% de clientes internacionais; à época eram 20%. Com trabalhos no México, Reino Unido e Índia, Thales resume: “A gente acompanha o movimento. Nosso papel é nos manter adaptáveis”.
Além de atender marcas, a OOO também se posiciona como uma. A agência trata o próprio branding como um cliente interno, com identidade visual, conteúdo autoral e voz editorial definidas.
“A gente sempre quis criar uma marca, não apenas uma agência”, afirma Beatriz. Esse pensamento se materializa na newsletter publicada no Substack, usada como plataforma para reflexões sobre comportamento, cultura e criatividade. Todo esse conteúdo, criado pelos próprios colaboradores, é fruto dos encontros chamados de ‘Cultural Wrap Ups’.
Os temas variam da relação exaustiva com a sustentabilidade a análises sobre grandes criativos, como Pharrell Williams, e sobre as relações intergeracionais no trabalho. Maria vê nesse movimento a base de uma comunidade genuína. “Eles conseguiram formar um grupo de 72 pessoas engajadas, conectadas e apaixonadas pelo que fazem. Isso é raro, principalmente em um modelo remoto”, observa.
Catharina conclui: “A gente trata o conteúdo com o mesmo rigor que uma campanha. Ele precisa construir algo, não apenas informar. É isso que faz a marca permanecer relevante”.