Dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) dão conta de que houve crescimento na média da circulação de três, dos cinco maiores jornais impressos do País durante o ano de 2019.

Os indicadores demostram que a Folha cresceu e liderou a circulação entre os jornais. O Globo e Super Notícia, de Minas Gerais, também cresceram na comparação com a média anual de 2018.

A média mensal registrada pela Folha foi de 328.438 exemplares diários pagos, crescimento que representa 6,4% em relação ao ano anterior. Já O Globo, que aparece em segundo, teve 323.172 exemplares (7,2%), e O Estado de S. Paulo em terceiro com 242.373. O Super notícia teve média de 193.105 (3,1%).

Assinaturas digitais

De acordo com os dados do IVC, a Folha também é líder na média mensal da circulação digital com 236.059. O Globo aparece em segundo lugar com 213.352. Ainda que o Estadão tenha registrado queda de 0,8% na média geral de 2018, no digital o veículo cresceu e teve circulação de 141.536 (5,5%).

Já o Zero Hora, de Porto Alegre, recuou de 181.183 exemplares em 2018 para 163.594 no ano passado, considerando sua média geral de circulação de impresso somada ao digital.

Em entrevista ao PROPMARK em dezembro de 2019, Marcelo Antônio Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), afirmou que “os jornais são muito mais que o impresso.”

“Uma das grandes considerações a se fazer é que os jornais deixaram de ser apenas edições impressas e, de fato, se transformaram em plataformas de informação multimídia. E atuando em duas velocidades: a do breaking news e a da profundidade das matérias especiais do digital. E abarcando ai todo o arcabouço de vídeos e redes sociais para entregar a mensagem da forma mais adequada possível”, disse.

A integração de mídias e eventos ao mix de ofertas do impresso foi tema do recente especial de perspectivas para 2020 do PROPMARK. Nele, Paulo Pessoa, diretor executivo comercial do Estadão, diz que o jornal está atento às transformações do digital e que há “uma série de iniciativas que foram implementadas e aplicadas no nosso relacionamento com o mercado (em 2018) que tem trazido frutos muito bons.”

Os dados do IVC comprovam o que Rech alertou sobre o futuro do impresso. “Uma perspectiva é que, obviamente, uma melhora da economia melhora todo o ambiente de comunicação como um todo, mas seguramente os jornais vão continuar fazendo investimentos nas suas transições ou no seu crescimento digital”, disse.

Para ele, o crescimento é visível. “É interessante que as assinaturas dos jornais digitais do Brasil têm crescido bastante, alguns tem passado até de 100 mil assinantes digitais e isso é uma tendência importante para os veículos porque de um lado mostra uma consolidação da relevância dessas marcas, no sentido até de ser um porto seguro contra a desinformação e, de outra parte, também produz uma redução de custo, já que é muito alto o valor industrial de impressão e de distribuição de exemplares físicos. Claramente os jornais estão entrando em uma fase de combinação, cada vez com peso maior para o digital em relação ao impresso”, finalizou.