Em um rápido encontro com profissionais do mercado promovido pela Federação Nacional de Agências de Propaganda (Fenapro), o brasileiro José Papa Neto, diretor geral do festival, contou um pouco da sua trajetória – desde quando pediu emprego a Nizan Guanaes, nos tempos em que o publicitário esteve à frente do portal IG – e disse que pretende redefinir o valor de Cannes para o mercado como um festival de tendências e um investimento importante no desenvolvimento de talentos para as empresas.
“Pagamos um preço pela visão de que Cannes celebra em retrospectiva, de que é uma celebração festiva de publicitários se auto-congratulando. Cannes é muito mais: é um olhar para o futuro, que redefine novos modelos de negócio, isso tudo está na essência dos debates. Entre os meus focos para o ano que vem está, inclusive, o projeto de levar a profissionais de RH das empresas essa visão, de que o festival é um investimento importante no desenvolvimento de talentos”, comentou.
Segundo ele, o Brasil já foi segundo maior em inscrições de peças e delegados, e hoje está em terceiro. Nos últimos três anos o país apresentou queda significativa em ambos.
“O Brasil é prioritário, tem uma essência criativa que não existe igual em nenhum outro lugar do mundo. Nosso foco estratégico é participar da jornada de ‘reinvenção’ do país em Cannes, reinserindo-o no alto nível de participação de outros anos”, afirmou o executivo.
Papa Neto disse também que sua intenção é que Cannes se transforme em um debate que dure o ano todo, e não apenas os dias do evento.