Finalmente, entre tantos erros e incertezas do governo federal, jogando obrigatória e praticamente toda a chamada grande imprensa contra si, surge ao menos para o mercado publicitário, do qual o PROPMARK é o mais antigo representante, uma luz iluminando algumas cabeças pensantes em torno do presidente Bolsonaro, também teimosamente resistente à propaganda de governo (prática comum inclusive e principalmente nos mais importantes países do chamado Primeiro Mundo).

A chamada Pátria Amada Brasil, contendo uma apreciável série de filmes e anúncios em geral para todas as mídias, aqui incluídas a impressa e a web, procura mostrar o lado positivo do atual governo. Que, diga-se de passagem, por pior que seja, sempre tem algo que se salva nessa imensidão oficial que é a administração pública brasileira.

Que fique bem claro para o nosso estimado leitor, que não estamos aqui defendendo o atual governo, o qual, diga-se, tem merecido todas as críticas da grande maioria da opinião pública brasileira, de forma a nosso ver extremamente merecidas, sob todos os ângulos de julgamento que se queira fazer.

Mas, ao finalmente optar por uma tomada de posição positiva em relação à utilização do ferramental publicitário, consegue ao menos mostrar à parte dos eleitores que o levaram ao Palácio do Planalto, e também incluídos muitos que não votaram em Bolsonaro, que por pior que seja qualquer governo do planeta e em todos os tempos, sempre há dele uma parte que pode ser elogiada, melhorando a sua performance aos olhos do eleitorado.

O que queremos afirmar, em bom português, é que, por pior que seja o produto anunciado, sempre haverá mudanças de opinião provocadas pelo instrumental publicitário.

Essa lição através dos tempos tem se repetido, hoje não mais por má-fé de quem recorre à prática, porque a própria atividade publicitária tem cada vez mais se resguardado dos mal-intencionados – hoje em número menor que no passado mais recente – simplesmente porque suas (boas) lideranças entenderam que antes de defender produtos, serviços e pessoas físicas e jurídicas, têm de defender a si própria para justificar o velho, mas sempre eficiente, slogan que propaganda funciona. 

Para encerrar este artigo de fundo do nosso Editorial desta edição, chamamos a atenção do leitor para a leitura e mesmo a releitura do brilhante artigo assinado pelo nosso colaborador Stalimir Vieira na edição imediatamente anterior a esta do PROPMARK, sob o título Como amaldiçoar uma marca, com ferrenha, mas verdadeira, crítica ao baixo nível da qualidade publicitária da Petrobras, que já teve campanhas e até mesmo peças publicitárias isoladas que mereceram prêmios em muitos dos concursos publicitários Brasil afora, inclusive do nosso tradicional Colunistas.

Como sempre, Stalimir Vieira foi brilhante no seu texto, tão verdadeiro como bem escrito, que não podemos deixar de mencioná-lo dado o teor deste “abre” do nosso Editorial da presente edição. 

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Não poderíamos deixar sem registro neste Editorial o bug do Facebook, Instagram e WhatsApp, capa da presente edição do PROPMARK, para reforçar o realce do fato, em matéria interna que mostra os impactos para o mercado, após as sete horas de inatividade dos aplicativos na semana passada, que trouxeram um cenário caótico para os usuários, que ficaram impossibilitados de fazer interações, transmitir mensagens (voz e texto) e estar a par das novidades expostas nas plataformas.

Houve impacto nas receitas de publicidade de aproximadamente US$ 75 milhões. As ações da empresa também tiveram subtração de cerca de US$ 7 bilhões com o apagão, equivalente a R$ 32,7 bilhões. E Mark Zuckerberg, como informou a Bloomberg, deixou de ocupar a quarta posição do ranking de maior fortuna pessoal do mundo, estando agora em quinto. Sem as ferramentas de comunicação, grandes e pequenos negócios ficaram no vácuo e deixaram de ver transferências bancárias pelo WhatsApp. Casas Bahia e Magazine Luiza, por exemplo, têm estratégias de vendas pelo app, intensificadas desde o início da Covid-19. A inatividade mostrou que a nova economia não vive apenas sem o Google, mas também sem os sistemas controlados por Zuckerberg.

Mal comparando, seria o mesmo que há dez anos todas as aeronaves que voam pelo planeta aterrisassem e deixassem de operar pelo mesmo tempo desses importantíssimos aplicativos. Imagine o leitor o estrago que isso traria para os negócios em todo o mundo. 

Guardadas as devidas proporções e os tipos de serviços prestados tanto por este exemplo como pelas marcas dos serviços mundiais online do fundador Mark Zuckerberg.

A conclusão que podemos tirar do recente episódio é que nada, absolutamente nada existente no planeta Terra, está isento de um bug da natureza do que recentemente ocorreu como acima relatado.

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Este último trimestre de 2021 está prometendo ser volumoso para a veiculação de todo tipo de comunicação publicitária, desde a mídia tradicional até as mais recentes ultimamente inventadas, ou reutilizadas com reformas e atualizações, com o intuito de melhor servir o mercado anunciante. A propósito deste, convém observar o seu crescimento em velocidade acelerada em nosso país. 

A começar pelas TVs abertas, mas inclusive atingindo as demais, além do rádio em todas as suas modalidades e a chamada mídia impressa, que alguns mais afoitos preconizam seu fim para breve, temos visto e, mais que isso, constatado metricamente que a publicidade em geral virou coqueluche em um país que, por sua vez, também virou o mesmo diante de todos os seus mais diretos concorrentes existentes no planeta.

Como sempre repetia um antigo e inteligente professor, nada resiste ao progresso, principalmente em um país que, como o nosso, já soltou suas amarras de crescimento não faz muito, se formos iniciar essa contagem desde 1500.

O Brasil surpreende a cada dia e quando merecer elogios nos seus postos-chave de comando ultrapassará, sem dúvida, muitos “concorrentes” que hoje estão pelo menos em situação econômica bem acima de nós.