As marcas que patrocinam a Fifa se manifestaram a respeito da renúncia de Joseph Blatter ao cargo de presidente da entidade máxima do futebol. Embora não admitam, os patrocinadores teriam o pressionado a deixar a associação. A Coca-Cola, parceira da entidade desde 1974, classificou como “um passo positivo para o bem do futebol”.
“Nossa expectativa é a de que a Fifa continuará a agir rapidamente para definir ações concretas com o objetivo de resolver plenamente todas as questões que foram levantadas e, desta forma, reconquistar a confiança de todos os que amam o futebol. Acreditamos que esta decisão vai ajudar a Fifa a transformar-se rapidamente em uma instituição do século 21, estruturada e necessária”, disse o comunicado.
Já a Visa se disse “animada” com o reconhecimento por parte da Fifa sobre a necessidade de uma reforma ampla e fundamental. “Este é um primeiro passo importante para a reconstrução da confiança pública, mas ainda há mais o que fazer. Transparência, integridade e jogo limpo devem ser os sinais da nova administração e a Visa está disposta a trabalhar com a Fifa nestes princípios. Repetimos que esperamos que a Fifa tome medidas rápidas e imediatas para abordar os problemas dentro de sua organização e reconstrua rapidamente uma cultura com fortes práticas éticas, de maneira tal que se possa restabelecer a reputação dos jogos para os fãs de todo o mundo. Esperamos compreender a natureza e o alcance das reformas previstas em um futuro muito próximo”.
A Adidas, por sua vez, demonstrou apoio ao compromisso da Fifa em mudar. “Como afirmado anteriormente, a Adidas Group está totalmente comprometida com a criação de uma cultura que promove os mais altos padrões de ética e conduta. A notícia desta terça-feira marca um passo na direção certa no caminho da Fifa em estabelecer e seguir padrões de conduta transparentes em tudo que fazem”, afirmou.
A Budweiser informou que “a decisão acelera os esforços da Fifa para resolver suas questões internas e instala uma positiva mudança para aderir altos padrões éticos e de transparência”. O McDonald’s reforçou que “as alegações de corrupção e as ética questionável dentro da Fifa ofuscou o jogo e tirou o foco do esporte, dos jogadores e dos fãs. Esperamos que as mudanças sendo implementadas na Fifa sejam um grande primeiro passo em reformar positivamente a organização e recuperar a confiança dos torcedores do mundo inteiro”, informou. A Hyndai Kia “acredita que o anúncio feito pela FIFA é uma iniciativa positiva na criação de uma estrutura de governança que garante os mais elevados padrões éticos para o esporte. Continuamos empenhados no apoio a paixão pelo futebol ao redor do mundo.”
Nos últimos anos, antes mesmo de tudo vir à tona, os patrocinadores da entidade chegaram a pressionar Joseph Blatter. Eles pediam mais “transparência”. A Sony, por exemplo, encerrou uma relação de dez anos com a Fifa de patrocínio em novembro do ano passado em meio a revelação do escândalo das compras de votos na escolha do país-sede das Copas de 2018 e 2022.
Renúncia
O anúncio da renúncia foi feito pelo próprio Blatter em coletiva de imprensa na sede da entidade, em Zurique, na Suíça, na última terça-feira (2), apenas quatro dias depois de ter vencido as eleições ordinárias da organização, que aconteceu em meio ao escândalo de corrupção descoberto pelo FBI que dirigentes da alta cúpula da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
O suíço deve continuar à frente da entidade pelo menos até o fim deste ano e entregar o cargo depois de uma eleição extraordinária, que deve acontecer entre dezembro e março de 2016.
“Embora os membros da Fifa tenham me reelegido presidente, não pareço estar sendo apoiado pelo mundo do futebol”, disse Blatter. É por isso que eu vou convocar um congresso extraordinário e colocar minha função à disposição. Um novo presidente será eleito para me suceder. Vou continuar a exercer minha função como presidente até um novo ser escolhido”, complementou.
A renúncia de Blatter aconteceu horas depois de o jornal britânico The Independent revelar que a Uefa, entidade que comanda o futebol europeu, está disposta a boicotar a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, o organizar um torneio paralelo com as seleções do continente e equipes sul-americanas convidadas. A realização de um novo torneio mundial de seleções poderia incomodar de vez os patrocinadores da Fifa e render grandes perdas para a entidade.